Faltas de Vereadores em Manaus: Análise das Ausências e Impactos no Legislativo
Manaus (AM) – Entre fevereiro e abril deste ano, a Câmara Municipal de Manaus (CMM) registrou um total de 94 faltas em 32 sessões plenárias.Destas, apenas 8 resultaram em descontos salariais, gerando uma economia de R$ 16.049,83 aos cofres públicos. As demais ausências foram justificadas e não impactaram o salário dos vereadores, mesmo representando um valor estimado de R$ 172,5 mil que poderia ter sido devolvido.As faltas classificadas como Ausência Justificada com Desconto (AJD) foram as únicas que resultaram em abatimento no salário dos parlamentares. Entre os que tiveram desconto estão João Carlos (Republicanos), com uma falta; Marco castilho (União Brasil), com três; e Thaysa Lippy (PRD), com quatro.
O levantamento foi realizado por meio do Portal da Transparência da CMM, considerando dados públicos sobre frequência parlamentar e folhas de pagamento.
Vereadores Mais Faltosos
O vereador Dione Carvalho (Agir) lidera a lista dos mais ausentes nos primeiros meses do ano legislativo, acumulando 13 faltas justificadas. Parte dessas ausências ocorreu após o falecimento de seu irmão em um acidente motociclístico na capital amazonense.
No total, a CMM realizou 32 sessões ordinárias entre fevereiro e abril — sendo nove em fevereiro, dez em março e treze em abril — onde Dione esteve presente apenas em 19 delas, resultando numa taxa de comparecimento de apenas 59%.
Além dele, Everton assis (UB) teve sete ausências — quatro justificadas por atestado médico ou óbito — enquanto Rodinei Ramos (Avante) contabilizou seis faltas todas justificadas para evitar descontos salariais.
Cultura das Justificativas
A prática comum entre os vereadores é justificar suas ausências sem penalizações significativas. O cientista político Breno Rodrigo Leite aponta que essa cultura está enraizada nas casas legislativas brasileiras devido ao corporativismo existente entre os parlamentares.
“Os vereadores muitas vezes se protegem mutuamente quando se trata das suas frequências”, explica Leite. Ele também destaca que a facilidade para justificar faltas é uma questão cultural no Brasil que permeia diversos setores além do público.Helso Ribeiro,outro especialista na área política da Ufam,critica essa situação comparando-a à realidade do trabalhador comum que enfrentaria consequências severas por comportamentos semelhantes: “É vergonhoso ver essa diferença nas regras aplicáveis aos parlamentares”.
Conclusão
A análise revela não só as estatísticas sobre as presenças dos vereadores mas também levanta questões importantes sobre a responsabilidade cívica da população na fiscalização das ações políticas locais. A participação ativa dos cidadãos é essential para garantir maior transparência e responsabilidade entre os representantes eleitos.
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