quarta-feira, abril 23, 2025
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Senador Plínio Valério critica criação de novas áreas protegidas no AM

BRASÍLIA — O senador Plínio Valério (PSDB-AM) utilizou a tribuna do Senado nesta segunda-feira (22) para criticar a atuação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) na Amazônia. Segundo ele, novas áreas de proteção ambiental vêm sendo criadas sem diálogo suficiente com as comunidades locais e têm gerado impacto direto sobre pequenos produtores e projetos de desenvolvimento regional.

De acordo com o parlamentar, as medidas estão afetando a vida de agricultores, extrativistas e empreendedores da região, ao limitar o uso de terras já preservadas em sua maioria.

Plínio chegou a afirmar que a Amazônia está sendo levada a uma “semi-escravidão moderna”, ao ser privada de instrumentos para gerar renda e sustento para sua população.

“O Amazonas tem 97% de sua área preservada. Mas 60% da população vive abaixo da linha da pobreza. Vale a pena preservar tanto assim?”, questionou o senador.

Reservas e conflitos

O discurso ocorreu em meio a uma polêmica envolvendo a criação de novas unidades de conservação, especialmente em áreas produtivas como Apuí, onde já existe uma grande presença de agricultores e projetos agrícolas. Segundo Plínio, há risco de deslocamento de milhares de pessoas e interrupção de empreendimentos voltados ao cultivo de café e outras culturas.

Ele mencionou ainda a criação de uma reserva ambiental voltada à proteção do sauim-de-coleira, espécie ameaçada de extinção. A decisão, de acordo com o senador, pode afetar diretamente comunidades que vivem da agricultura familiar.

Plínio também criticou o que considera uma centralização das decisões ambientais nas mãos do governo federal, citando a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, como principal referência das políticas em vigor.

Um debate complexo

O posicionamento do senador reacende o debate sobre os desafios de conciliar preservação ambiental e desenvolvimento socioeconômico na Amazônia. Embora as unidades de conservação sejam instrumentos fundamentais de proteção da biodiversidade, elas também impactam territórios ocupados por populações tradicionais e agricultores familiares.

O tema tem gerado divisões entre autoridades locais e órgãos ambientais. Enquanto especialistas defendem a ampliação das áreas protegidas como estratégia de enfrentamento às mudanças climáticas e à degradação florestal, parlamentares da região Norte cobram mais diálogo e sensibilidade às realidades locais.

Plínio encerrou seu discurso prometendo continuar mobilizado em defesa do que considera o “direito ao sustento” de milhões de amazônidas.

“É preciso resistir. Não vou sucumbir nem desistir”, concluiu.

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