quinta-feira, dezembro 11, 2025
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Rio Madeira chega ao menor nível em quase 60 anos

O rio Madeira, em Porto Velho, mediu 2,07 metros, o nível é o mais baixo já registrado para essa época do ano desde que os dados começaram a ser coletados, em 1967. Já na parte amazonense do Madeira, o nível chegou a 9,83 metros, cerca de 5,50 metros mais baixo que no mesmo dia do ano passado.

Monitoramento aponta descida do nível do rio Madeira nos últimos dias

Os níveis do Madeira já preocupam, pois em 2023 a região foi atingida pela maior estiagem da história. Agora, que o período mais seco nem começou, as medições estão muito abaixo dos níveis registrados em anos anteriores.

O rio serve como importante hidrovia usada para transporte fluvial de carga e passageiros. O trecho navegável de 1.060 quilômetros entre Porto Velho e Itacoatiara (distante 175 quilômetros de Manaus) transportou 6.538.079 toneladas em 2022, o que corresponde a 9,2% do total transportado por vias interiores no Brasil.

Ao se aproximar da cota dos 2 metros, em Porto Velho, os dados indicam a gravidade do cenário. No dia 6 de outubro de 2023, segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB), foi registrada a cota mais baixa da história do rio Madeira: 1,10 m.

Bacia do rio Amazonas

No último dia 30 de julho, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou situação de Escassez Quantitativa de Recursos Hídricos nos rios Madeira e Purus e seus afluentes, que correm no sudoeste do Amazonas. Uma semana antes, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) reconhecera situação de emergência na capital e em mais 17 cidades do estado que enfrentam a seca severa.

De acordo com Marcus Suassuna, engenheiro hidrólogo do SGB e responsável pelo monitoramento da Bacia do rio Madeira, a situação também é crítica nas bacias dos rios Acre e Tapajós, o que pode gerar consequências em outros estados da região amazônica como Acre, Pará e Amazonas.

Anormalidade

Marcus Suassuna informa que, para o mês de agosto, a média histórica é de aproximadamente 5,3 metros, ou seja, a situação atual é de mais de três metros abaixo do nível considerado normal.

“O fator principal é a chuva abaixo da média. Há uma anomalia de chuva significativa sobre toda a Bacia Amazônica”, explicou à Agência Brasil.

Segundo Suassuna, a estiagem não é inédita este ano e é causada por fatores como o aquecimento do Oceano Atlântico Norte e o Fenômeno El Niño. Dos seis períodos mais críticos, cinco foram nos últimos anos.

“A estação chuvosa inteira foi muito ruim, o que fez com que a seca no ano passado se prolongasse. Em consequência, o nível do Rio Madeira começou a subir muito tarde e de maneira muito fraca”, disse.

Em relação às mudanças climáticas, o especialista diz que fenômenos como o El Niño mostram sinais mais evidentes em um planeta mais quente, como tem sido constatado recentemente.

*Com informações da Agência Brasil

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