Desde janeiro de 2023, o preço do óleo diesel comercializado pela Petrobras às distribuidoras sofreu uma redução significativa de R$ 1,22 por litro. Considerando a inflação acumulada no período, essa diminuição representa um alívio real de R$ 1,75 por litro, totalizando uma queda de 34,9%. Atualmente, o valor médio praticado pela estatal é de R$ 3,27 por litro.
Entretanto, essa redução não foi sentida da mesma forma pelo consumidor final.Segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o indicador oficial da inflação medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre janeiro e abril de 2025 o preço do diesel caiu apenas 3,18%.
Comparativo dos preços:
- Diesel da Petrobras desde janeiro: -34,9%
- Diesel no IPCA desde janeiro: -3,18%
O diesel tem um peso significativo no IPCA (0,25%), sendo essencial para o transporte terrestre de mercadorias. Portanto,sua queda pode ajudar a controlar a inflação atual que está em 5,53% nos últimos doze meses — acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) que é até 4,5%.
Atenção ao repasse dos preços
A discrepância entre os preços praticados nas refinarias e aqueles cobrados nos postos chamou a atenção da Petrobras. O diretor responsável pela Logística e Comercialização da empresa destacou que em abril houve uma redução média no preço do diesel em R$ 0,45 por litro; contudo esse valor não chegou aos consumidores.“Não temos controle sobre como as distribuidoras ajustam seus preços”, afirmou Claudio Romeo Schlosser durante apresentação sobre os resultados financeiros da companhia.
As reduções mencionadas foram divididas em três reajustes:
- 6 de maio: R$ 0,16
- 18 de abril: R$ 0,12
- 1º de abril: R$ 0,17
de acordo com dados coletados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), na semana anterior à última redução realizada pela Petrobras (23 a 29 março), o preço médio nos postos era R$6.34; já na semana seguinte após as reduções implementadas (4 a10 maio) caiu para R$6.13 — uma diminuição modesta se comparada à queda nas refinarias.
formação dos preços
Os valores dos combustíveis são livres desde a promulgação das leis em vigor desde2002; portanto não há tabelamento ou necessidade prévia para ajustes pelos revendedores conforme explica a ANP.
A composição do custo final do diesel inclui:
- 47% referente à remuneração paga à Petrobras.
- 12% correspondem ao custo com biodiesel.
- 17% são destinados às distribuidoras e revendedoras.
- Impostos estaduais representam cerca 17%, enquanto impostos federais somam aproximadamente 5%.
Desde sua implementação em2023,a política conhecida como “abrasileiramento” busca estabilizar os valores internos levando em consideração fatores locais sem repassar flutuações bruscas internacionais aos consumidores brasileiros.
Recentemente Magda Chambriard,presidente da Petrobras,reconheceu que as reduções não têm chegado efetivamente aos postos e incentivou os consumidores questionarem diretamente os revendedores sobre essas discrepâncias nos preços finais.
Além disso,o economista Gilberto Braga observou que existem margens apropriadas pelos intermediários na cadeia entre as refinarias até chegar ao consumidor final,o que contribui para essa diferença percebida pelos usuários finais.Ao mesmo tempo,a oneração tributária também impacta diretamente nesse cenário com aumentos recentes nas alíquotas aplicáveis aos combustíveis.
Por fim,a Vibra Energia,dona das bandeiras BR,não se manifestou sobre as declarações feitas pela presidente da estatal mas reafirmou seu papel significativo na distribuição nacional,de acordo com informações disponíveis através das agências reguladoras competentes.
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