Após a confirmação do primeiro caso de poliomielite na Faixa de Gaza em 25 anos, o comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (Unrwa), Philipe Lazzarini, alertou que a doença não fará distinção entre crianças palestinas e israelenses. O caso foi identificado em um bebê de 10 meses na cidade palestina de Deir al-Balah, que não havia recebido nenhuma dose da vacina contra a pólio. A situação preocupa autoridades internacionais devido ao risco elevado de disseminação do vírus na região.
Poliomielite na Faixa de Gaza: resposta internacional
A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou o diagnóstico e destacou que o sequenciamento genômico ligou o vírus à variante do poliovírus tipo 2, detectada anteriormente em amostras ambientais coletadas em junho nas águas residuais locais. Desde então, pelo menos três crianças apresentaram sintomas suspeitos compatíveis com paralisia flácida aguda, característica da pólio.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, manifestou preocupação e informou que foram organizadas duas rodadas de vacinação para interromper a transmissão viral. Cada etapa pretende imunizar mais de 640 mil crianças menores de 10 anos com a vacina oral conhecida como gotinha.
Campanhas e logística para vacinação
Para garantir o sucesso das campanhas, a Unrwa disponibilizou seus centros primários e clínicas móveis à OMS e ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Mais de 1,6 milhão de doses serão entregues até o fim deste mês. As vacinas e os equipamentos necessários passarão pelo aeroporto Ben Gurion em Israel antes do envio à Faixa de gaza.
A OMS ressaltou ser basic facilitar todo o processo logístico para assegurar que as vacinas cheguem no tempo adequado às equipes responsáveis pela imunização – cerca de 708 equipes compostas por aproximadamente 2.700 profissionais foram mobilizadas para essa missão.
Cobertura vacinal e riscos atuais
Apesar da Faixa ter mantido boa cobertura vacinal até outubro do ano passado – quando os conflitos se intensificaram – houve queda significativa nos índices desde então. A segunda dose contra poliomielite caiu dos anteriores 99% para menos de 90% neste ano.
Essa redução aumenta as lacunas na imunidade infantil devido também à desnutrição, deslocamento populacional constante e danos severos nos sistemas públicos essenciais como saúde, água potável e saneamento básico. Além disso, há maior risco no surgimento ou agravamento outras doenças preveníveis por vacinações regulares como sarampo, hepatite A e infecções respiratórias agudas.
A OMS reforça que é necessário alcançar uma cobertura mínima de pelo menos 95% durante cada rodada para conter efetivamente a propagação do vírus no território afetado.
Conclusão
O ressurgimento da poliomielite representa uma ameaça grave às crianças tanto dentro quanto fora da Faixa de Gaza. Para especialistas internacionais envolvidos no combate à doença nesta região conflituosa um cessar-fogo humanitário é essencial não apenas para viabilizar as ações médicas mas também garantir segurança sanitária ampla aos povos vizinhos.
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