quarta-feira, julho 30, 2025
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Policiais presos formaram milícia para praticar sequestro e extorsão no AM, diz MP

Um grupo formado por policiais militares usava a estrutura do Estado para atuar como milícia no Amazonas. Sob a fachada da legalidade, eles sequestravam, extorquiam e exigiam resgates de pessoas ligadas a atividades criminosas e seus familiares.

Essa é a conclusão da investigação do Ministério Público, que deflagrou a operação “Militia” e prendeu os suspeitos nesta terça-feira (29).

Os crimes praticados pelos agentes de segurança pública vieram à tona após um sequestro realizado no bairro Manoa, em fevereiro de 2025.

O episódio, registrado por populares e amplamente divulgado na imprensa, passou a ser investigado pela 60ª Promotoria de Justiça Especializada no Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública (Proceapsp), diante da suspeita de envolvimento de policiais na ocorrência.

Durante a apuração, a promotoria localizou outras duas vítimas do grupo criminoso, das quais foram extorquidos cerca de R$ 300 mil.

“A partir desses dois fatos, conseguimos fazer o levantamento das ações e a identificação dos envolvidos. As investigações ainda continuam, com o objetivo de alcançar outros eventuais participantes dessa trama criminosa”, declarou o promotor Armando Gurgel.

A operação mobilizou 150 policiais, com apoio do Centro Operacional de Inteligência, Investigação e Combate ao Crime Organizado (Caocrimo), das Polícias Civil e Militar do Amazonas.

Além dos mandados de prisão, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão nas residências dos suspeitos e no Batalhão da Força Tática, localizado na Praça 14, Zona Sul de Manaus.

Durante a ação, foram apreendidas 14 pistolas, um revólver, três fuzis, um fuzil de airsoft, 653 munições, 14 celulares, três veículos e R$ 10.695 em espécie. Os armamentos serão periciados e incluídos no Banco Nacional de Balística, para verificar se foram usados em crimes de homicídio.

Perito foi liberado após colaborar com a investigação

Um perito da Polícia Civil, que havia sido preso temporariamente durante a operação, foi colocado em liberdade na tarde desta terça-feira (29), após prestar depoimento e colaborar com as investigações. A informação foi confirmada pelo promotor de Justiça Armando Gurgel.

Segundo o promotor, a prisão temporária foi fundamental para garantir o êxito de diligências sensíveis e necessárias ao andamento da apuração.

“A prisão temporária tem justamente essa função: permitir que sejam realizadas diligências que exigem o afastamento do investigado, em um ambiente de custódia controlada. Essas medidas foram executadas com sucesso e houve significativa colaboração por parte do perito, o que fez cessar o interesse da manutenção da custódia”, explicou.

Em nota, a Polícia Civil informou que deu apoio à operação e destacou que não compactua com desvios de conduta e que todas as providências cabíveis já estão sendo adotadas para apurar os fatos.

Os oito policiais militares seguem presos.

Como os suspeitos agiam

De acordo com o Ministério Público, os alvos eram pessoas envolvidas com atividades criminosas e seus familiares, dos quais o grupo subtraía pertences de valor, como joias e dinheiro, mediante extorsão e sequestro.

A investigação também busca rastrear os valores e objetos roubados, apurar o caminho desses itens e identificar novos envolvidos, além de promover o ressarcimento das vítimas.

“Estamos investigando a possibilidade de que mais pessoas tenham sido vítimas. Com a divulgação do caso e os agentes presos, esperamos que novos relatos cheguem ao MP. Essa atuação é fruto do trabalho contínuo de controle externo da atividade policial”, reforçou Gurgel.

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Klinger Paiva, manifestou apoio à operação: “Desde o início, a Polícia Militar tem colaborado para que tudo seja esclarecido. Esses oito policiais militares não representam os seis mil homens da corporação”, disse.

A operação contou ainda com a atuação da Diretoria de Justiça e Disciplina da PM (DJD-PM), da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais da Polícia Civil (Core/PC), do Departamento de Investigação sobre Narcóticos (Denarc) e do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO).

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