domingo, outubro 19, 2025
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Pai de estudante assassinado por PM revela que cachorro ainda o aguarda

Após ser baleado à queima-roupa por um policial militar dentro de um hotel na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, o estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, não resistiu aos ferimentos e faleceu na madrugada da última quarta-feira (20). O pai do jovem, o médico Julio César Acosta Navarro, relatou que a família ainda vive a espera pelo retorno do filho em casa, enquanto enfrenta a dor da perda.

A dor da família e o relato do pai

Julio César Acosta expressou seu sofrimento ao afirmar que já perdeu definitivamente o filho.Ele destacou que o cachorro da família permanece aguardando pela chegada de Marco Aurélio e que as lembranças dele estão presentes em fotos espalhadas pela casa. Para Julio César,o único consolo seria um pedido público de perdão por parte dos responsáveis pelo ocorrido.

Ao tomar conhecimento do tiro que atingiu Marco Aurélio no Hotel Flor da Vila Mariana, Julio César buscou informações diretamente no local. Segundo ele, os policiais militares presentes se mostraram indiferentes e não ofereceram qualquer tipo de ajuda ou esclarecimento sobre a gravidade do estado do jovem. “Eles estavam com armas em punho e não me deram nenhuma informação”,contou.

Atendimento hospitalar negado e desabafo sobre negligência

Mesmo sendo médico, Julio César enfrentou dificuldades para acompanhar seu filho após ser impedido pelos policiais de usar uma viatura para ir ao Hospital do Ipiranga. Sem outra opção, ele pegou um táxi até lá para avaliar pessoalmente as condições clínicas de Marco Aurélio. No hospital encontrou o filho agonizando com um ferimento grave no abdômen causado pelo disparo.

O pai tentou obter informações técnicas junto aos oficiais que aguardavam fora do centro cirúrgico para garantir uma cirurgia adequada ao estado crítico do jovem. Contudo, segundo ele, ninguém prestou auxílio ou esclarecimentos durante esse momento crucial – fato que culminou na morte precoce do estudante dentro da sala operatória.Em tom emocionado e indignado, Julio questiona os motivos por trás da ação policial: “Por que fizeram isso? Por parecer pobre? Por parecer estrangeiro? A maldade desses homens é cruel e covarde.” Ele também critica a falta de providências das autoridades superiores diante dos fatos conhecidos até agora.

Contexto familiar e acadêmico

Julio César Acosta é naturalizado brasileiro junto com sua esposa há mais de 30 anos; ambos são originários do Peru. Marco Aurélio era o caçula do casal e nasceu no Brasil. Estudante dedicado na Faculdade Anhembi Morumbi, ele estava prestes a apresentar um trabalho importante no 13º Congresso Paulista de Clínica Médica previsto para quinta-feira (21), evento promovido pela Sociedade brasileira de Clínica Médica em Barueri (região metropolitana).

Entenda como ocorreu o incidente

Na madrugada desta quarta-feira (20),câmeras registraram quando Marco Aurélio entrou correndo sem camisa no hotel onde foi abordado pelos policiais militares armados logo em seguida. Um deles puxou-o pelo braço enquanto outro aplicava um chute após tentativa inicial dele se desvencilhar.

Durante essa confusão física entre os agentes públicos armados e o estudante houve disparo fatal contra Marco Aurélio à curta distância dentro das dependências hoteleiras.

No boletim oficial registrado pelos PMs consta alegação sobre comportamento alterado por parte dele durante abordagem policial – incluindo resistência à prisão – além da tentativa atribuída ao jovem em subtrair arma pertencente ao soldado Bruno Carvalho Prado; foi então efetuado disparo único pelo soldado guilherme Augusto visando impedir tal ação.


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