A Ouvidoria da polícia do Estado de São Paulo, em conjunto com entidades de defesa dos direitos humanos e parlamentares, manifestou repúdio e indignação pela morte de um menino de 4 anos e um jovem de 17 durante uma operação da Polícia Militar na noite de terça-feira (5), no Morro São Bento, em Santos.O caso reacende o debate sobre a atuação policial nas periferias do estado e os impactos dessa violência para as comunidades locais.
Operação policial resulta em mortes no Morro São Bento
O menino Ryan da Silva Andrade Santos, de apenas 4 anos, estava brincando na calçada em frente à casa de uma prima quando foi atingido por um disparo. Segundo nota oficial divulgada pelo porta-voz da Polícia Militar, “tudo indica que o disparo partiu da arma de um policial militar”, considerando a dinâmica e o cenário do ocorrido. Além dele, outros dois menores foram feridos: Gregory Ribeiro Vasconcelos, 17 anos, morreu no local; já outro adolescente, com 15 anos, foi socorrido e passou por cirurgia sem risco iminente à vida.
Repercussão das entidades defensoras dos direitos humanos
Em nota conjunta assinada pela Ouvidoria e diversas organizações como Associação Amparar, Comissão Arns e Instituto Vladimir Herzog – além dos deputados estaduais Ediane Maria e Eduardo Suplicy – as entidades classificam como inadmissível que a Secretaria da Segurança Pública do Estado considere aceitável a morte principalmente de crianças durante ações policiais. A nota destaca que essa situação tem se tornado cada vez mais frequente devido à atuação violenta e desproporcional da PMESP nos bairros pobres das periferias paulistas.
Contexto das ações policiais violentas
As organizações ressaltam que há indícios claros na atual gestão estadual sobre execuções sumárias cometidas por agentes policiais sem controle efetivo ou freios para abusos repetidos contra direitos fundamentais. A polícia militar é apontada como legitimada para agir com truculência enquanto verbaliza vingança ao invés de manter profissionalismo.
Casos anteriores evidenciam padrão preocupante
O documento lembra episódios recentes: uma criança ferida no olho durante operação em Paraisópolis perdeu a visão após ser atingida por disparo enquanto ia para escola; também cita Edneia Fernandes Silva – mãe de seis filhos – morta com tiro na cabeça numa praça em Santos durante intervenção policial na Operação Verão.esses fatos reforçam que a tragédia envolvendo Ryan não é isolada mas parte desse padrão violento nas periferias.
Histórico familiar agrava impacto social
Outro ponto destacado pelas entidades é o fato trágico envolvendo o pai do menino Ryan: Leonel Andrade dos Santos foi morto pela PM no início deste ano durante fase avançada da Operação Escudo/Verão sob alegações controversas relacionadas ao porte ilegal de arma. Familiares afirmam não ter havido abordagem prévia e relatam que Leonel era deficiente físico executado junto com vizinho pelos policiais.
Consequências sociais das operações violentas
Além do sofrimento irreparável às famílias envolvidas diretamente nas operações policiais letais, as mortes geram desconfiança generalizada entre as comunidades afetadas quanto à polícia local. Isso fortalece ainda mais grupos criminosos organizados ao minar vínculos sociais essenciais para segurança pública eficaz.
Necessidade urgente por mudança estrutural
As organizações concluem defendendo uma polícia profissional capaz não só investigar crimes graves dentro dos limites legais mas também romper ciclos criminais atacando lideranças máximas dessas organizações ilegais – diferente do modelo atual marcado pelo aumento contínuo da violência estatal contra populações vulneráveis.
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