O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António guterres, solicitou nesta segunda-feira (2) uma investigação independente para apurar a morte de palestinos em Rafah, no sul da faixa de Gaza. O episódio ocorreu próximo a um centro de distribuição de alimentos administrado pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), onde testemunhas afirmam que soldados israelenses dispararam contra civis que aguardavam ajuda humanitária.
Pedido por investigação e responsabilização
António Guterres expressou choque diante dos relatos sobre os mortos e feridos entre os palestinos. Ele condenou o risco à vida enfrentado por civis ao buscar alimentos e exigiu uma apuração imediata e independente para identificar os responsáveis pelo ataque. O secretário-geral ressaltou que, conforme o direito internacional humanitário, Israel tem a obrigação de permitir e facilitar a entrada da ajuda humanitária na região.
Detalhes do incidente em Rafah
O confronto aconteceu no domingo (1º),quando o exército israelense – encarregado da segurança dos centros da GHF em Gaza – abriu fogo contra as pessoas presentes no local. Autoridades locais informaram que pelo menos 31 palestinos foram mortos e mais de 100 ficaram feridos durante o tiroteio. Dias antes do ocorrido,militares israelenses já haviam realizado disparos de advertência para conter tumultos em um dos centros.
Contexto do bloqueio e disputa pela ajuda humanitária
Desde que israel flexibilizou parcialmente o bloqueio à entrada de assistência em Gaza – mantido por cerca de três meses – há tentativas do país para substituir as organizações atuantes na região. O exército acusa o Hamas de interromper as redes logísticas com objetivo financeiro, acusação rejeitada pelas entidades humanitárias locais, que pedem acesso irrestrito à assistência em larga escala.
Impacto na população civil
A crise humanitária se agrava devido ao cerco imposto por Israel. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu justifica essa medida como forma de pressionar o Hamas a liberar reféns capturados durante ataques ocorridos desde 7 outubro 2023. Mesmo com a reabertura parcial das fronteiras para ajuda externa, um relatório recente indica que toda a população da Faixa – cerca de 2,1 milhões – enfrentará insegurança alimentar severa até setembro deste ano devido à escassez crescente.
Apelo por cessar-fogo e respeito aos princípios humanitários
Guterres enfatizou ainda a necessidade das Nações Unidas operarem com segurança total respeitando os princípios fundamentais do direito internacional humanitário. Ele pediu um cessar-fogo imediato, permanente e sustentável além da libertação incondicional dos reféns detidos no conflito atual. Para ele, não existe solução militar viável; somente medidas pacíficas podem garantir segurança duradoura para todos os envolvidos.
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