O governador Wilson Lima tem liderado um movimento nacional para revisar o modelo de financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS), buscando que o Amazonas receba um tratamento diferenciado do governo federal. A iniciativa visa adequar os recursos às condições específicas da região, como acesso difícil e logística complexa.Na semana passada,representantes do Ministério da Saúde e do Conselho Nacional de Secretários de Saúde estiveram em Manaus para conhecer projetos inovadores como o Barco hospital São João XXIII,a UTI Aérea e o programa de Telessaúde,que enfrentam os desafios das áreas remotas sem apoio financeiro federal adequado.
Revisão do financiamento com foco no fator amazônico
A principal proposta defendida por Wilson Lima, presidente estadual do União Brasil, é a revisão das portarias e critérios de repasse dos recursos federais pelo Ministério da Saúde. Ele destaca a importância de considerar o chamado fator amazônico, que engloba as dificuldades impostas pela distância geográfica, regime das cheias e vazantes dos rios e isolamento das comunidades. Essas características tornam cada ação mais onerosa e complexa em comparação com outras regiões brasileiras.
O governador ressalta seu diálogo constante com Brasília e contato direto com o ministro Alexandre Padilha para garantir que o Amazonas seja reconhecido como uma região estratégica na saúde pública nacional. O objetivo é construir um novo pacto federativo que fortaleça os estados da Amazônia e assegure a continuidade dos avanços já alcançados no atendimento à população.
Desafios logísticos elevam custos operacionais
Segundo Nayara Maksoud, secretária estadual de Saúde, não se trata de buscar privilégios, mas sim adotar critérios compatíveis com os custos reais da operação na região amazônica. Ela explica que as políticas nacionais ainda são baseadas na realidade do Centro-Sul do país, ignorando as particularidades locais.
De acordo com ela, as despesas médias para ações básicas no Amazonas podem ser até três vezes maiores que nos estados do Sudeste devido à necessidade constante de transporte fluvial e aéreo. Enquanto hospitais em outras regiões recebem suprimentos por caminhões em estradas pavimentadas, no Amazonas dependem exclusivamente de balsas ou aviões – uma diferença significativa que deve ser refletida no financiamento público.
Iniciativas inovadoras para ampliar acesso à saúde
Entre os projetos pioneiros está o Barco Hospital São João XXIII, inaugurado em dezembro passado por meio da parceria entre Governo Estadual, Judiciário local e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de deus.O barco oferece atendimento médico geral, odontológico e cirúrgico às comunidades ribeirinhas mais isoladas.
Outra inovação é o programa Saúde AM Digital, plataforma lançada pelo governo estadual para oferecer consultas médicas via videoconferência em 17 especialidades diferentes. Com presença já consolidada em 36 municípios através das 92 telessalas instaladas nas unidades básicas locais, essa ferramenta tem reduzido drasticamente a necessidade dos moradores enfrentarem longas viagens até especialistas nas capitais ou grandes centros urbanos.
Além disso, o estado mantém uma estrutura robusta para transporte aeromédico composta por oito aeronaves operando 24 horas diárias sob coordenação médica centralizada – serviço considerado segundo maior mundialmente nesse segmento após apenas Alasca (EUA).Essa UTI aérea salva vidas ao atender pacientes críticos residentes em localidades sem acesso terrestre regularizado.
Para complementar essas ações modernas foi criada também uma rede integrada digitalizada entre unidades hospitalares urbanas e rurais onde equipes multidisciplinares atuam ininterruptamente utilizando sistemas avançados para comunicação remota diagnóstica – modelo referência nacional pela gestão tecnológica regional eficiente.
Reconhecimento político sobre inovação na saúde
Marcellus Campêlo , segundo vice-presidente estadual do União Brasil , destaca a visibilidade conquistada pelo Amazonas graças ao modelo inovador implantado sob liderança governamental: “Wilson lima demonstra ser possível entregar resultados concretos mesmo diante das adversidades regionais”. Ele reforça ainda a necessidade urgente desse esforço ser reconhecido oficialmente pelo país através investimentos proporcionais à complexidade local .
Com território superior a 1 milhão meio km² distribuídos entre 62 municípios acessíveis majoritariamente via fluvial , fica evidente tanto viabilidade quanto exigência clara por políticas públicas específicas alinhadas aos desafios regionais .
Sérgio Litaiff ,terceiro vice-presidente estadual partidário ,reafirma compromisso governamental: “Garantir acesso universal à saúde nas áreas distantes reforça nossa condição como referência nacional tanto pela inovação quanto pela gestão pública eficaz”.
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