O Ministério Público do Amazonas (MPAM) prendeu o vereador Rosinaldo Bual (Agir) nesta sexta-feira (3),após investigação revelar que ele utilizava moradores do bairro da Compensa,onde exerce liderança comunitária,como “funcionários laranjas” em um esquema de rachadinha na Câmara Municipal de Manaus (CMM).Segundo o promotor Leonardo Tupinambá, do Gaeco, o parlamentar recrutava pessoas da própria comunidade para cargos comissionados e exigia a devolução de parte dos salários recebidos.
Esquema de rachadinha envolvendo moradores da Compensa
De acordo com o promotor Tupinambá, rosinaldo Bual cooptava moradores do bairro da Compensa para nomeações em cargos comissionados.Esses servidores eram obrigados a repassar parte dos seus salários ao vereador. “Ele cooptava algumas pessoas ali no bairro da Compensa, onde ele é uma liderança, e exigia o repasse de valores ou do salário dos servidores. Dentro dessa organização, os servidores que estavam logo abaixo do vereador tinham a função de receber os valores e depois repassá-los ao parlamentar”, explicou Tupinambá em entrevista à TV Acritica.
Número excessivo de assessores e devolução parcial dos salários
As investigações apontam que entre 40 e 50 assessores foram nomeados por Bual – um número considerado elevado para a estrutura normal do gabinete. Muitos desses funcionários não desempenhavam funções públicas reais ou apenas justificavam suas nomeações formalmente. O Ministério Público identificou que parte dos salários pagos pela Câmara era devolvida ao vereador por meio de intermediários dentro do gabinete.
“O vereador tinha uma alta rotatividade entre os funcionários contratados. O dinheiro ia primeiramente para quatro ou cinco pessoas da equipe dele e depois era revertido em benefício do parlamentar”, detalhou Tupinambá.
Papel central da chefe de gabinete no esquema
Além do próprio vereador, a chefe de gabinete também foi presa preventivamente por sua participação ativa no esquema criminoso. Ela atuava como braço direito na operação financeira irregular dentro do gabinete.”Ela tinha papel central. Era quem fazia contato direto com os servidores e cobrava a devolução dos salários, repassando depois ao vereador”, afirmou o promotor Leonardo Tupinambá.
Itens apreendidos durante operação Face Oculta
Na ação denominada “Face Oculta”, realizada pelo Gaeco junto à Polícia Civil com cumprimento de 17 mandados judiciais, foram encontrados diversos objetos que reforçam as suspeitas sobre movimentação ilegal:
- Três cofres localizados na casa pessoal do vereador, no sítio dele e na residência da mãe;
- computadores, celulares e notebooks recolhidos para perícia;
- Cheques somando R$ 500 mil;
- Grande quantia em dinheiro vivo contada com auxílio eletrônico;
- Uma arma apreendida gerando autuação por posse irregular.
A Justiça determinou ainda bloqueio judicial das contas bancárias vinculadas a Rosinaldo Bual no valor total aproximado de R$ 2,5 milhões. Além disso houve quebra dos sigilos bancário e telemático dele; também foi decretado afastamento temporário das funções públicas pelo período inicial de 120 dias.
Perfil político-social: quem é Rosinaldo Bual?
Natural de Manacapuru (interior amazonense),Rosinaldo tem atualmente 49 anos e reside em manaus há muitos anos – especialmente atuando como liderança comunitária no bairro da Compensa localizado na zona Oeste capitalina. Casado e pai três filhos pequenos; iniciou sua carreira política elegendo-se pela primeira vez como vereador em 2020 sendo reeleito nas eleições municipais seguintes realizadas em 2024 obtendo cerca sete mil votos (7.892).
Em seu perfil oficial junto à Câmara municipal afirma possuir mais duas décadas dedicadas aos trabalhos sociais voltados às comunidades carentes locais – fato destacado durante sua trajetória pública até então consolidada regionalmente.
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