A avaliação das mamas jovens por meio do exame de ultrassonografia é essencial para o diagnóstico precoce do câncer de mama, doença que lidera as causas de morte entre mulheres no Brasil. O presidente da Sociedade Amazonense de Radiologia (SORAM), Jorge Leão, destaca a importância desse exame, especialmente em pacientes com alta densidade mamária, condição que reduz a eficácia da mamografia tradicional.
importância da ultrassonografia no diagnóstico precoce
Segundo Jorge Leão, o exame de ultrassom é indicado principalmente para mulheres jovens com menos de 40 anos. “Pacientes abaixo dessa faixa etária devem realizar a ultrassonografia; após os 40 anos, recomenda-se associar esse exame à mamografia para aumentar a sensibilidade e especificidade na detecção precoce do câncer”, explica o especialista.
Um estudo recente publicado no JAMA Network Open revelou um aumento nos casos da doença em mulheres entre 20 e 40 anos. Diante desse cenário preocupante, o uso combinado dos exames torna-se ainda mais relevante para identificar sinais iniciais como nódulos nas mamas ou axilas, alterações na pele e descarga papilar.
Doppler colorido e avaliação das axilas
Jorge Leão ressalta também a importância do Doppler colorido associado à ultrassonografia das mamas. Esse recurso permite avaliar a vascularização dos nódulos suspeitos. Além disso, ele enfatiza que as ultrassonografias das axilas direita e esquerda são fundamentais para analisar os três níveis axilares dos linfonodos.
“O linfonodo metastático apresenta forma e vascularização diferentes do padrão normal – chamado linfonodo atípico – sendo crucial sua identificação para um diagnóstico preciso”, afirma Leão.
Indicações específicas para realização da ultrassonografia
O médico orienta que o exame pode ser realizado em qualquer idade quando houver indicação clínica.É recomendado especialmente em pacientes jovens durante idade reprodutiva como método de rastreio; aquelas com histórico familiar positivo; ou ainda quando há sintomas como nódulo palpável, dor mamária ou descarga papilar.
Nos últimos dez anos houve um aumento gradual na prevalência do câncer de mama entre mulheres jovens. Nesse contexto, uma avaliação experiente por meio da ultrassonografia se mostra uma ferramenta indispensável não só para rastreamento mas também para guiar biópsias necessárias à confirmação diagnóstica.
Limitações da mamografia em mamas densas
Leão destaca que muitas vezes a mamografia não detecta nódulos devido à alta densidade mamária dessas pacientes - classificadas como BI-RADS 1 (exame normal). Já pela ultrassonografia podem ser identificados nódulos classificados como BI-RADS 5 (alta suspeição), elevando significativamente as chances de detecção precoce do câncer.
Biópsia: passo fundamental após identificação suspeita
Em casos onde imagens apresentam características altamente suspeitas, Jorge Leão recomenda realizar biópsia por agulha grossa (core biopsy) rapidamente. Esse procedimento possibilita análise anatomopatológica detalhada aliada ao estudo imuno-histoquímico necessário ao planejamento terapêutico adequado.
“O diagnóstico precoce é decisivo na luta contra o câncer de mama porque aumenta consideravelmente as chances de cura e salva vidas”, conclui o especialista.
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