A Polícia Federal (PF) investigou uma tentativa de fraude envolvendo a aposentadoria do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O caso ocorreu após uma solicitação para transferir o benefício recebido por Lula para a conta de um morador do Pará. A transação foi bloqueada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), evitando qualquer prejuízo ao chefe do Executivo. A investigação, que teve desdobramentos em 2023, revelou acessos remotos ao perfil do presidente na plataforma “Meu INSS” e levantou suspeitas sobre a autoria da tentativa de golpe.
Bloqueio da transferência e investigação inicial
A fraude tinha como objetivo transferir o valor mensal de R$ 12,5 mil, correspondente à aposentadoria concedida a Lula como anistiado político desde 1993. O benefício estava vinculado originalmente a uma conta em São Bernardo do Campo (SP), mas houve um pedido para que fosse portado para outra conta bancária localizada no Pará.
O INSS identificou essa movimentação suspeita e bloqueou imediatamente a transação, impedindo qualquer dano financeiro ao presidente. Em março de 2023,o órgão comunicou o fato à Polícia Federal para que fossem tomadas as providências cabíveis.
Solicitação de informações complementares
Durante as investigações conduzidas pela PF, documentos obtidos pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS indicam que o delegado Carlos Henrique Pinheiro de Melo solicitou esclarecimentos ao então presidente da autarquia Alessandro Stefanutto – afastado após ser implicado na operação Sem Desconto, que desvendou esquema ilegal envolvendo descontos indevidos em benefícios previdenciários.
Entre os pedidos feitos pelo delegado estavam detalhes sobre onde teria ocorrido eventual atendimento presencial relacionado à solicitação fraudulenta e cópias dos documentos apresentados ou imagens das câmeras internas daquele local.
Acesso remoto e arquivamento das investigações
O episódio também revelou que o perfil presidencial no sistema “Meu INSS” foi acessado remotamente sem autorização oficial. Esse fato gerou alertas internos no instituto quanto à segurança dos dados pessoais vinculados aos benefícios previdenciários.
Apesar dos indícios apontarem possível envolvimento da pessoa dona da conta receptora dos valores fraudulentos – residente no Pará – ela negou participação na tentativa criminosa. O Ministério Público Federal (MPF) considerou não haver provas suficientes para identificar com certeza os autores dessa ação ilícita e recomendou o arquivamento das investigações por falta de elementos conclusivos.
Limitações técnicas nas apurações
As apurações mostraram ainda dificuldades técnicas: não foi possível obter informações cadastrais precisas sobre o endereço IP utilizado na requisição eletrônica feita para alterar os dados bancários do benefício presidencial. Isso dificultou rastrear com exatidão quem realizou a operação fraudulenta via internet.
Contexto histórico e esquema criminoso no INSS
Lula recebe sua aposentadoria como anistiado político desde 1993 devido às prisões sofridas durante a ditadura militar brasileira.Essa condição especial garante seu direito ao benefício mensal pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social.
Paralelamente, vale destacar que fraudes contra beneficiários do INSS têm sido recorrentes nos últimos anos por meio de esquemas criminosos complexos envolvendo descontos irregulares em pensões e aposentadorias sem autorização legal – prática conhecida como estelionato previdenciário ou lavagem financeira dentro desse contexto específico.
Conclusão
O bloqueio imediato realizado pelo INSS evitou prejuízos financeiros ao presidente Luiz inácio Lula da Silva diante dessa tentativa clara de fraude contra seu benefício previdenciário. Embora as investigações tenham sido encerradas por falta de provas definitivas quanto aos responsáveis pela ação criminosa, esse caso reforça a importância constante da vigilância nos sistemas digitais relacionados aos direitos sociais brasileiros.
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