senadores acompanham denúncias de abusos na Operação Boiúna e analisam impactos em comunidades ribeirinhas do Amazonas
Os senadores Damares Alves (Republicanos-DF) e Plínio Valério (PSDB-AM) estão visitando os municípios de Humaitá e Manicoré, no Amazonas, nesta quinta-feira (25), para acompanhar as denúncias de abusos ocorridos durante a “Operação Boiúna” da Polícia Federal. A ação policial combateu a mineração ilegal no Rio Madeira, afetando diretamente comunidades ribeirinhas. A agenda dos parlamentares se estenderá até sexta-feira (26), com o objetivo de elaborar um relatório para a Comissão de Direitos Humanos do Senado que abordará os impactos ambientais, psicológicos e sociais nas famílias locais.
Senadores acompanham denúncias em Humaitá e Manicoré
Durante a visita às regiões atingidas pela operação da Polícia Federal, os senadores buscam ouvir relatos das populações afetadas para fundamentar um documento oficial. Segundo Plínio Valério, o cenário encontrado foi grave: bombas, explosões, balsas queimadas e famílias vivendo momentos de pânico. Ele ressaltou que apenas denunciar ou solicitar informações não é suficiente; é necessário estar presente para compreender a dimensão dos fatos.
“O que aconteceu nessas cidades foi uma atrocidade: bombas, explosões, balsas queimadas e famílias inteiras em pânico.Denunciar da tribuna não basta; precisamos ouvir as pessoas pessoalmente para produzir um relatório sério”, afirmou Plínio Valério.
Capacitação continuada para conselheiros tutelares
Ao chegar em Manaus após as visitas aos municípios ribeirinhos, a senadora Damares Alves participou da abertura do 1º curso de Capacitação Continuada para Conselheiros tutelares do Amazonas (CapacitaCon). O evento contou com a presença do governador Wilson Lima (União Brasil). Durante sua palestra sobre o sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA), Damares destacou aspectos legais como a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Ela também enfatizou que já conversou com conselheiros tutelares das cidades impactadas pela operação. Esses profissionais relataram graves violações aos direitos das crianças e adolescentes durante as ações policiais.
“Estamos realizando um levantamento detalhado das violações ocorridas nessa operação. Os conselheiros nos contaram fatos terríveis envolvendo desrespeito aos direitos fundamentais das crianças”,explicou Damares Alves.
Detalhes sobre a Operação Boiúna
A “Operação Boiúna” foi concluída na quarta-feira (24) pela Polícia Federal com foco no combate à mineração ilegal no Rio Madeira entre Humaitá, Manicoré – ambos no Amazonas – além de áreas em Rondônia. Ao todo foram destruídas 277 dragas usadas ilegalmente na extração aurífera fluvial.
Iniciada em 10 de setembro sob coordenação do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI/Amazônia), essa ação utilizou recursos técnicos contra equipamentos flutuantes conhecidos como dragas – grandes máquinas semelhantes a aspiradores ou escavadeiras aquáticas responsáveis por retirar minerais principalmente ouro dos rios.
Impactos socioambientais nas comunidades ribeirinhas
Além dos danos ambientais causados pela mineração irregular combatida na operação policial, há relatos preocupantes sobre traumas psicológicos especialmente entre crianças expostas ao conflito armado gerado pelas ações policiais nas localidades ribeirinhas. As famílias vivem situação vulnerável diante desses acontecimentos recentes que alteraram seu modo tradicional de vida às margens do Rio Madeira.Conclusão
A atuação conjunta dos senadores busca garantir visibilidade às consequências humanas dessa intervenção policial enquanto promove medidas efetivas junto à Comissão de Direitos Humanos do Senado por meio da elaboração cuidadosa desse relatório técnico-social.O acompanhamento direto reforça o compromisso político com os direitos humanos nas regiões amazônicas mais afetadas pelo garimpo ilegal.
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