Dados do Porto de Manaus indicam elevação do Rio Negro no final de 2025, reforçando alertas para cheias antecipadas em 2026. O nível do rio fechou o ano em 22,01 metros nesta terça-feira (31), valor que representa um aumento de 3,79 metros em relação ao registrado no último dia de dezembro de 2024. Nas últimas 24 horas, o rio subiu três centímetros. No mesmo período do ano anterior, o nível era significativamente menor, com 16,22 metros após uma alta diária de 17 centímetros.
Elevação histórica e vazante recorde
Em outubro de 2024, o rio Negro atingiu a marca histórica da maior vazante já registrada em Manaus: 12,68 metros, segundo dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Esse recorde foi alcançado com antecedência em relação a outubro de 2023 – quando o nível chegou a 12,70 metros – configurando a segunda maior vazante da série histórica. A repetição desse fenômeno pelo segundo ano consecutivo evidencia mudanças significativas nos padrões hidrológicos da região.
Projeções para as cheias em 2026
As primeiras projeções hidrológicas para o próximo ano foram divulgadas pelo SGB e pela Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA). elas apontam para uma possível ocorrência de cheias acima da média histórica nos rios Solimões, Purus e Juruá – importantes afluentes localizados no Amazonas. Essas previsões são fundamentadas principalmente no aumento expressivo das chuvas na região andina observado até dezembro de 2025. Essa área é crucial para abastecer parte significativa da bacia amazônica.
Além disso, anomalias na temperatura do Atlântico Norte elevam os riscos associados às enchentes antecipadas entre fevereiro e abril. Esses fatores climáticos combinados indicam um cenário preocupante que exige atenção redobrada das autoridades locais e população ribeirinha.
Intensificação dos eventos extremos na Amazônia
A Amazônia é a maior bacia hidrográfica do planeta e tem registrado uma frequência crescente dos chamados eventos extremos: secas severas alternando com cheias intensas e ondas recordes de calor.O monitoramento histórico realizado ao longo dos últimos 123 anos mostra que sete das dez maiores enchentes ocorreram nos últimos dezessete anos.
O pico mais elevado foi registrado em 2021, quando o Rio Negro atingiu impressionantes 30,02 metros. Segundo André Martinelli, pesquisador em geociências do Serviço Geológico do Brasil:
“Apesar das diferenças temporais entre as bacias amazônicas – Japurá, Juruá, Purus, Solimões e Negro – todas têm apresentado novos recordes hidrológicos.”
Impactos sobre a população amazônica
Estudos recentes indicam que há uma redução progressiva no intervalo entre os novos recordes registrados nas medições dos rios amazônicos. Além disso aumenta significativamente a diferença entre os níveis mínimos durante as vazantes e os máximos nas cheias históricas.
Esse fenômeno amplia consideravelmente os impactos sociais ambientais sobre as comunidades locais que dependem diretamente desses recursos hídricos para sua subsistência diária.
Conclusão
Os dados atualizados pelo Porto de Manaus reforçam alertas importantes sobre possíveis cheias antecipadas já previstas para início deste novo ciclo climático na Amazônia durante 2026. A combinação entre elevações expressivas nos níveis fluviais somada às condições climáticas adversas exige planejamento estratégico por parte dos órgãos responsáveis pela gestão ambiental regional.
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