O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) divulgou nesta terça-feira (4) um alerta preocupante: o planeta deve ultrapassar o limite de 1,5°C de aquecimento global na próxima década. O relatório anual Emissions Gap aponta que a lentidão nas ações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa torna inevitável o descumprimento da principal meta do Acordo de Paris, firmado em 2015. Com isso, cortes imediatos e mais profundos nas emissões são urgentes para tentar minimizar os impactos climáticos.
Metas do Acordo de Paris e cenário atual
O Acordo de Paris compromete os países a limitar o aumento da temperatura média global a no máximo 2°C acima dos níveis pré-industriais, com um objetivo idealizado em 1,5°C. No entanto,mesmo que todos os compromissos atuais sejam cumpridos integralmente,as projeções indicam que o planeta ainda enfrentará entre 2,3°C e 2,5°C de aquecimento até meados deste século.
projeções mínimas e metas insuficientes
O relatório mostra uma melhora muito pequena em relação ao ano anterior – apenas uma redução estimada em 0,3°C nas projeções globais. Países como a China – maior emissor mundial de dióxido de carbono – anunciaram metas modestas para reduzir suas emissões entre 7% e 10% até 2035. Contudo, essas medidas ainda não são suficientes para fechar a lacuna necessária à contenção do aquecimento.
Impactos do aumento da temperatura
As metas estabelecidas no Acordo foram baseadas em estudos científicos que demonstram como cada fração adicional na temperatura intensifica eventos extremos como ondas de calor prolongadas, secas severas e incêndios florestais devastadores.
Consequências ambientais graves
Com um aumento médio global próximo a 2°C, mais que o dobro das pessoas seriam expostas ao calor extremo comparado ao cenário idealizado dos 1,5°C.além disso:
- O aquecimento limitado a 1,5°C já destruiria pelo menos 70% dos recifes corais, essenciais à biodiversidade marinha.
- Caso atinja-se os 2°C, essa destruição chegaria a quase 99% dessas formações vitais aos oceanos.
Avanços lentos diante das emissões recordes
Apesar dos esforços desde a assinatura do Acordo há quase uma década atrás – quando as previsões indicavam até um aumento médio global superior a 4ºC – as políticas atuais só conseguiram reduzir essa expectativa para cerca de 2,8ºC. Ainda assim:
- As emissões globais aumentaram cerca de 2,3% em 2024, atingindo aproximadamente 57,7 gigatoneladas equivalentes CO₂.
- O uso contínuo intensivo do carvão mineral junto com petróleo e gás mantém essa trajetória ascendente preocupante.
Segundo Anne Olhoff , autora principal do relatório PNUMA: embora cortes profundos possam atrasar esse avanço climático perigoso “não podemos mais evitá-lo totalmente”. Para reverter ou minimizar esses efeitos será necessário acelerar drasticamente as reduções nos próximos anos.
Pressão sobre COP30 em Belém
Essas conclusões reforçam ainda mais as expectativas sobre a COP30 marcada para ocorrer este ano em Belém (Pará). Líderes mundiais deverão discutir estratégias eficazes tanto no financiamento quanto na aceleração das ações contra o aquecimento global visando evitar consequências irreversíveis às próximas gerações.
Diante desse cenário alarmante é essential que governos locais também se mobilizem por políticas ambientais robustas alinhadas às metas internacionais. Somente com compromisso real será possível proteger ecossistemas frágeis da Amazônia e garantir qualidade vida sustentável à população regional.
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