O Amazonas registrou 3.113 focos de incêndio desde o início de julho até esta segunda-feira (29), segundo dados do Programa de queimadas BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número é quase o dobro dos casos registrados no mesmo período em 2023, quando foram contabilizados 1.621 focos, evidenciando um aumento preocupante que impacta diretamente o aquecimento global e a saúde da população local. A situação ganha ainda mais relevância diante da previsão de uma estiagem severa para os próximos meses na região.Focos de queimadas e qualidade do ar no Amazonas
Nas últimas semanas, alguns bairros de Manaus amanheceram com resquícios visíveis de fumaça. Apesar disso, o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva) classificou a qualidade do ar como moderada até o momento. Esses vestígios fazem parte dos mais de três mil focos detectados em julho pelo Inpe.
O município que lidera o ranking é Apuí, localizado a 1.122 quilômetros da capital amazonense, com 976 ocorrências registradas neste mês. Em seguida aparecem Lábrea (701 km), com 788 focos; Manicoré (332 km), com 255; Novo Aripuanã (228 km), com 238; e Humaitá (591 km), que soma 225 registros.
Monitoramento e combate às queimadas
A Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) coordena as ações para monitorar as queimadas no Amazonas em parceria com a Defesa Civil, Corpo de bombeiros e Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). Essa força-tarefa utiliza dados via satélite fornecidos diariamente pelo Inpe para identificar áreas críticas que demandam intervenção imediata.
Segundo a Sema, equipes técnicas analisam essas informações constantemente para direcionar as operações em campo junto aos órgãos ambientais e forças policiais envolvidas no combate aos incêndios florestais.Impactos ambientais e alertas dos especialistas
O ambientalista Carlos durigan destaca que ao se queimar uma floresta ocorre a liberação significativa do carbono estocado na biomassa para a atmosfera,agravando o aquecimento global já em curso. além disso, os gases tóxicos liberados pela fumaça são inalados por pessoas e animais locais causando sérios danos à saúde pública.
Durigan alerta ainda que apesar das ações realizadas para conter os incêndios os números permanecem elevados devido à influência direta das atividades humanas na região amazônica: “Estamos apenas iniciando o período seco típico do verão amazônico e espera-se um aumento nos casos até setembro e outubro”.
Conscientização sobre causas humanas das queimadas
De acordo com informações divulgadas pelo Greenpeace citadas por Durigan, as queimadas são majoritariamente provocadas por práticas humanas como garimpo ilegal ou desmatamento intencional para limpeza ou enfraquecimento da floresta nativa.
Para reduzir esses índices alarmantes é basic que os moradores compreendam seu papel social denunciando quem promove essas ações ilegais. Somente assim será possível preservar tanto a saúde humana quanto garantir maior proteção ao meio ambiente local.Durigan reforça: “É urgente adotar medidas efetivas contra emissões poluentes associadas ao uso inadequado do fogo nas atividades agropecuárias sem controle”. Ele ressalta também ser imprescindível engajamento coletivo na causa climática sob risco da ocorrência futura ser ainda mais grave caso não haja comprometimento popular amplo nesse sentido.
Educação ambiental como ferramenta preventiva
A Sema informou estar investindo em campanhas educativas voltadas à população amazonense visando ampliar conhecimento sobre riscos das queimadas. Entre elas está “Floresta Faz A Diferença”, financiada pelo projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia – iniciativa destinada à sensibilização sobre impactos negativos dessas práticas tanto na saúde quanto no meio ambiente regional.
Esse programa busca contribuir diretamente na prevenção dos incêndios florestais bem como combater desmatamentos irregulares dentro do estado.
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