Um vídeo divulgado nas redes sociais registrou o resgate de mais de 300 peixes presos em um lamaçal no rio Paraguai, em Mato Grosso do Sul, na quinta-feira (12). Os pescadores utilizaram baldes e cavaram uma valeta para conduzir os peixes até uma área mais profunda do rio, que enfrenta uma seca severa e está cerca de quatro metros abaixo da média histórica para o período.Resgate dos peixes no rio Paraguai
O grupo responsável pelo salvamento estava na região da ilha de San Alberto,próxima a Porto Murtinho (MS),quando encontrou centenas de peixes presos na lama. Entre eles estava dinho Barreiro, 46 anos, que relatou que as espécies resgatadas eram principalmente pintados. Apesar do esforço, parte dos animais não sobreviveu à situação.
Condições críticas do rio Paraguai
De acordo com o último relatório do Serviço Geológico Brasileiro (SGB), o nível atual do rio Paraguai em Porto Murtinho está em apenas 89 centímetros.O valor normal para esta época seria próximo a 4,92 metros. Essa baixa significativa evidencia a gravidade da seca enfrentada pela região.
Ação dos pescadores e resposta das autoridades
Ao avistarem os peixes mortos e sufocados numa baía seca do rio Paraguai, os pescadores acionaram inicialmente a Polícia Militar Ambiental (PMA). No entanto, a PMA informou que não poderia atender à ocorrência por se tratar de território paraguaio. Diante disso, os próprios pescadores organizaram um mutirão para realizar o resgate.
Dinho Barreiro explicou: “fomos por conta própria; chegamos lá e fizemos esse mutirão. Havia muitos peixes mortos; deu muita dó.Fizemos tudo que foi possível.” Para facilitar a movimentação dos animais vivos até áreas com água mais profunda, eles abriram um canal artificial e recolheram alguns exemplares com baldes para devolvê-los ao rio.
Quantidade de peixes salvos
O trabalho foi dividido entre duas equipes: a primeira conseguiu salvar mais de 200 pintados e cacharas; já a segunda equipe recolheu cerca de 100 exemplares adicionais. Barreiro detalhou que cada balde continha entre oito e dez peixes antes serem devolvidos ao leito fluvial.
Monitoramento da situação pela polícia local
Embora as equipes ambientais não tenham atuado diretamente no resgate devido à jurisdição internacional envolvida, as autoridades estaduais informaram estar monitorando atentamente os efeitos da seca nas cidades sul-mato-grossenses como Porto Murtinho e Corumbá.
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