sexta-feira, outubro 10, 2025
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Notícias do Amazonas – Onda de calor afeta cidades com baixa arborização no Brasil

O Brasil enfrenta sua terceira maior onda de calor desde o início de 2025, conforme informou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A sensação térmica ultrapassou os 40 ºC no Rio de Janeiro, onde há um déficit estimado em cerca de um milhão de árvores, segundo a Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. Esse desafio não é exclusivo da capital fluminense; cidades como Manaus e Belém também enfrentam problemas semelhantes relacionados à baixa arborização e ao aumento das temperaturas.

Desafios da arborização em Manaus e Belém

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que Manaus é a terceira capital brasileira com menor cobertura arbórea,possuindo apenas 23,90% da área arborizada. Essa condição contribui para as altas temperaturas locais, que chegaram a 39 ºC em 2024. Entre 2013 e 2023, a cidade perdeu cerca de 29 km² de floresta nativa devido à expansão urbana desordenada, conforme levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da amazônia (Imazon).

O ambientalista Carlos Durigan destaca que o crescimento acelerado sem planejamento tem provocado degradação ambiental significativa: “Além da pouca arborização nas vias públicas dos bairros mais novos, perdemos anualmente fragmentos florestais urbanos por conta do surgimento irregular de condomínios e infraestrutura”.

assim como Manaus, Belém apresenta dificuldades na manutenção das áreas verdes urbanas. O IBGE aponta que essa capital possui o menor percentual entre quinze cidades brasileiras com mais de um milhão habitantes. Para reverter esse quadro antes da realização da Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP),conhecida como “COP da Floresta”,Belém iniciou um projeto simbólico em janeiro para ampliar sua arborização.

A secretária municipal do Meio Ambiente (Semma), Juliana Nobre, afirmou durante solenidade: “Vamos plantar uma média mensal de duas mil mudas nos próximos meses para alcançar pelo menos 25 mil novas árvores até o final deste ano“.Ela ressaltou ainda a possibilidade desse número dobrar mediante parcerias.

Impactos das ilhas de calor nas áreas urbanas

A ausência adequada de árvores nas cidades afeta principalmente os bairros mais vulneráveis, onde as temperaturas são significativamente maiores comparadas às regiões com vegetação abundante. Estudos indicam que ruas arborizadas podem apresentar temperaturas até cinco graus Celsius inferiores às ruas sem cobertura verde durante dias quentes.

Esse fenômeno está relacionado ao chamado efeito Ilha de calor – formação localizada dos bolsões térmicos causados pelo aquecimento intenso das superfícies asfaltadas e concretadas presentes nos centros urbanos grandes como Manaus.

Moradores relatam as dificuldades enfrentadas diante desse cenário climático adverso. Bárbara Barbosa, estudante no bairro Alvorada (Zona Centro-Oeste), comenta que mesmo tendo muitas árvores no condomínio onde mora ainda sente calor intenso: “Gostaria que houvesse mais árvores na parte frontal porque o sol bate forte à tarde”.

Na Zona Norte da cidade, paloma Tavares reforça a necessidade urgente por espaços verdes públicos: “Tenho gramado grande e algumas plantas em casa para amenizar o calor; porém acredito ser fundamental maior investimento público na criação desses ambientes naturais pelas ruas”.

Sensação térmica extrema: realidade ou exagero?

Enquanto Manaus atravessa seu inverno amazônico neste período do ano, outras regiões brasileiras sofrem com ondas intensas de calor. Recentemente circulou notícia sobre possibilidade atípica dos termômetros registrarem sensação térmica próxima aos 70 ºC devido à combinação entre temperatura elevada e alta umidade relativa do ar.

Essa projeção baseia-se numa tabela desenvolvida pela Escola Politécnica da Universidade São Paulo (USP) cruzando dados climáticos específicos – temperatura ambiente aliada à porcentagem relativa d’água no ar.

Especialistas alertam ser pouco provável esse cenário extremo ocorrer simultaneamente nos próximos dias. Pedro Côrtes , professor universitário especialista em clima ambiental explica: “Para atingir essa sensação seria necessária uma combinação muito rara entre temperatura alta junto com elevada umidade”.

Programa Municipal manaus Verde busca soluções

Diante dessa realidade preocupante relacionada ao aumento progressivo das temperaturas urbanas associadas à perda gradual das áreas verdes naturais ou plantadas publicamente , ações integradas têm sido implementadas pela Prefeitura local através do programa Manaus Verde .

O ambientalista Carlos Durigan enfatiza importância dessa união entre poder público e sociedade civil organizada para reverter os efeitos negativos provocados pela falta d’arborização adequada:

“É fundamental colocar em prática diretrizes previstas no Plano Diretor Municipal visando proteger melhor as áreas verdes existentes além restaurar zonas degradadas enquanto ampliaremos plantio nas vias públicas.”

Em consonância com essas metas ambientais sustentáveis ,este ano está previsto plantar aproximadamente quinze mil mudas distribuídas por cerca cinquenta espaços públicos incluindo locais aptos para implantação futura dos chamados bosques urbanos .

No início deste mês foram plantadas trezentas mudas no Complexo Viário 28 de Março próximo ao aeroporto via avenida Torquato Tapajós .Em etapas anteriores já foram contemplados pontos estratégicos como Avenida Constantino Nery , Max Teixeira , Trevo do Rapidão dentre outros.

Os próximos locais programados receberem intervenções paisagísticas serão avenidas Tarumã na Zona Oeste bem como Arquiteto José Henrique bento Rodrigues situada na Zona Norte .


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