sexta-feira, outubro 31, 2025
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Notícias do Amazonas – Mulheres temem câncer, mas ignoram a mamografia anual

Passar pelo exame de mamografia anualmente, a partir dos 40 anos, é a recomendação-chave das sociedades médicas para aumentar as chances de diagnosticar o câncer de mama precocemente, quando a lesão ainda é pequena, contribuindo para o melhor prognóstico da paciente.Uma pesquisa realizada pelo Instituto inteligência em pesquisa e Consultoria (Ipec), a pedido da Pfizer, ouviu 1.400 mulheres com 20 anos ou mais em diversas regiões do Brasil e revelou que ainda há muita desinformação sobre os cuidados preventivos contra essa doença.

Diagnóstico precoce e mitos sobre o autoexame

Apesar da importância da mamografia anual após os 40 anos, 54% das mulheres entrevistadas acreditam que o autoexame é a principal forma de detectar o câncer de mama no início, uma percepção equivocada presente em todas as regiões pesquisadas.Essa crença é ainda maior entre as mulheres com 50 anos ou mais – faixa etária com maior risco para a doença – atingindo 59%.

A diretora médica da Pfizer Brasil, Adriana Ribeiro, alerta que “ao fazer a apalpação e não encontrar nada, muitas mulheres podem acreditar que estão saudáveis e deixar de realizar exames regulares capazes de identificar tumores precocemente”. Ela reforça que um diagnóstico inicial facilita o tratamento e reduz significativamente a mortalidade.

Região Norte apresenta menor índice de mamografias

O levantamento também destaca que a Região Norte do país tem o pior índice na realização do exame, refletindo desigualdades regionais no acesso à saúde preventiva.

Desconhecimento sobre recomendações médicas para mamografia

Além do mito do autoexame como principal método diagnóstico precoce,outra questão preocupante é o desconhecimento das orientações médicas quanto à realização regular da mamografia. Para 56% das entrevistadas não está clara a necessidade do exame mesmo quando outros testes como ultrassom não indicam alterações; desse total, 33% acreditam ser necessário apenas se houver suspeita em outros exames e 23% não souberam opinar.

Outro dado relevante mostra que 52% subestimam a importância da periodicidade anual: um quarto acredita estar liberada para fazer somente o autoexame após um resultado normal na primeira mamografia. Esse entendimento equivocado varia conforme as cidades: apenas cerca de 40% das mulheres nas regiões metropolitanas pesquisadas sabem que essa conduta está errada.

rotina incompleta nos cuidados preventivos

Quando questionadas sobre os últimos 18 meses anteriores à pesquisa:

  • Apenas 33% das mulheres entre 40 e 49 anos completaram toda rotina esperada (consulta médica + solicitação + realização + acompanhamento dos resultados).
  • O percentual permanece baixo tanto nas classes A/B (35%) quanto na classe C (24%).
  • Cerca de 32% dessas participantes não visitaram médico nesse período,sendo esse comportamento comum tanto nas classes sociais mais altas quanto na classe C.
  • Entre as mesmas idades (40-49), uma em cada cinco mulheres (20%) não recebeu indicação médica para realizar mamografia nos últimos meses avaliados.

Esses dados evidenciam falhas no acesso ou adesão aos protocolos preventivos recomendados pelas sociedades médicas.

Percepção equivocada dos riscos associados ao câncer de mama

Embora seja atualmente a principal causa de morte por câncer entre as brasileiras, apenas 12% consideram esse tumor como mais perigoso, enquanto outras neoplasias como intestino (34%) e pulmão (28%) são vistas como maiores ameaças. Em algumas cidades essa percepção sobe até cerca de um quinto das entrevistadas.

No entanto, ao pensar nos maiores receios relacionados à saúde pessoal:

  • O medo relacionado ao desenvolvimento do câncer aparece destacado.
  • Em locais como Belém e Recife esse temor pela descoberta da doença é predominante.
  • Ainda assim, uma parcela significativa afirma não ter preocupações específicas com saúde.

Fatores genéticos versus hábitos modificáveis

A maioria acredita erroneamente que ter casos familiares seria determinante absoluto: 70% atribuem maior influência à herança genética comparado aos hábitos pessoais – embora estudos indiquem apenas entre cinco e dez por cento dos casos estejam ligados diretamente ao histórico familiar. Dois anos atrás esse número era ainda maior:82%.

Segundo especialistas da Pfizer Brasil:

“O câncer de mama é multifatorial; fatores modificáveis relacionados ao estilo vida têm papel fundamental”, destaca Adriana Ribeiro.

Por exemplo:

  • Mais da metade desconhece relação direta entre consumo alcoólico excessivo (71%) ou obesidade (69%, pois só31 % reconhecem excesso peso como fator) com aumento do risco.

Essa falsa percepção pode desestimular mudanças importantes no cotidiano capazes reduzir incidência dessa enfermidade grave.

perfil reprodutivo pouco conhecido pelas entrevistadas

Aspectos ligados à reprodução feminina também influenciam riscos associados ao tumor:

  • Apenas 11 % sabem sobre menopausa tardia (>55 anos) aumentar risco
  • Somente 9 % reconhecem menarca precoce (<12 anos) nesse contexto
  • Pouco mais de 15 % identificam nuliparidade

como fator agravante
Por outro lado,
44 % entendem corretamente papel protetor associado à amamentação,
sendo esta última menos percebida especialmente pelas jovens entre 20-39anos.


A conscientização correta acerca desses temas pode transformar realidades locais onde índices baixos comprometem diagnósticos precoces essenciais para salvar vidas femininas no Amazonas e demais estados brasileiros.

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