As mudanças climáticas têm provocado impactos significativos em diversas regiões do mundo, incluindo o Brasil, que enfrenta desafios como enchentes, secas e deslizamentos. Segundo relatório divulgado pela ONU Mulheres, a população feminina é desproporcionalmente afetada por esses eventos: a cada 10 pessoas deslocadas por desastres naturais, oito são mulheres.Essa realidade evidencia uma vulnerabilidade social que exige atenção especial das autoridades e da sociedade.Impactos das mudanças climáticas no Brasil
O país tem registrado milhares de casos de pessoas desabrigadas devido a fenômenos naturais relacionados às alterações climáticas. Embora não sofra com furacões ou terremotos frequentes, as enchentes e secas causam prejuízos materiais e emocionais profundos para muitas famílias. Um exemplo é Rosângela Brochado Jesus, moradora de Canoas (RS), que precisou deixar sua casa após uma enchente em maio deste ano.
Desafios enfrentados pelas mulheres deslocadas
Rosângela relata o processo difícil de reconstrução não apenas dos bens materiais, mas também das memórias afetivas acumuladas ao longo de 33 anos no mesmo local.Esse cenário reflete um problema maior: conforme o estudo da ONU Mulheres, até 2050 mais de 158 milhões de mulheres poderão ser empurradas para a pobreza devido às consequências da crise climática – número superior em 16 milhões ao previsto para os homens na mesma situação.
Além disso, estima-se que mais de 236 milhões de mulheres enfrentarão fome nesse período – mais do que o dobro do total esperado entre os homens – e precisarão percorrer distâncias maiores para obter alimentos básicos. Esses dados revelam desigualdades profundas relacionadas à vulnerabilidade feminina diante dos efeitos ambientais adversos.
Liderança feminina na luta contra as mudanças climáticas
Apesar dos desafios enfrentados, as mulheres têm se destacado como protagonistas na busca por soluções sustentáveis locais. Para Julia Caon Froeder,educadora climática,aumentar a participação feminina nos espaços decisórios é fundamental para combater essa desigualdade estrutural ainda presente nas esferas municipal,estadual e nacional.
Ela destaca que “quem sofre com o problema sabe exatamente quais medidas devem ser adotadas”, reforçando a importância do engajamento feminino nas decisões políticas relacionadas ao meio ambiente e à adaptação às mudanças climáticas.
Conclusão
A situação descrita pelo relatório da ONU Mulheres evidencia um quadro preocupante sobre os impactos sociais das mudanças climáticas no Brasil e no mundo. É essencial fortalecer políticas públicas voltadas à proteção das mulheres deslocadas por desastres naturais e ampliar sua presença nos espaços decisórios para garantir respostas eficazes aos desafios ambientais atuais.Acompanhe as atualizações da matéria e outras reportagens relevantes no Portal Notícias do Amazonas e fique sempre bem informado com as notícias de Manaus e região!