Os chefes de Estado do Mercosul e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciaram nesta sexta-feira (6), em Montevidéu, Uruguai, a conclusão das negociações para um acordo de livre comércio entre os países dos dois blocos. O pacto visa reduzir tarifas de exportação e envolve mais de 750 milhões de pessoas. As tratativas duraram 25 anos e foram finalizadas durante a 65ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul.
Acordo histórico entre Mercosul e União Europeia
O anúncio foi feito na presença dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (brasil), Javier Milei (Argentina), Luis Alberto Lacalle Pou (Uruguai) e Santiago Peña (Paraguai). A presidente da Comissão Europeia destacou que o acordo representa o início de uma nova fase nas relações comerciais entre os continentes. Segundo Ursula von der Leyen, o pacto trará benefícios para pessoas e empresas, gerando mais empregos, opções no mercado e prosperidade compartilhada.
Processo para assinatura e aprovação interna
Embora as negociações estejam concluídas, ainda é necessário que o acordo seja formalmente assinado. Os documentos passarão por revisão jurídica detalhada e tradução para os idiomas oficiais dos países envolvidos.Após essa etapa, cada nação deverá aprovar internamente o texto conforme seus procedimentos legais – no Brasil, por exemplo, será submetido ao Poder Legislativo.
O governo brasileiro informou que “após a assinatura entre as partes”, o acordo seguirá para aprovação interna em cada país.Somente após essa ratificação ele poderá entrar em vigor.
Oportunidades diante das diferenças políticas
O presidente uruguaio ressaltou que esse avanço foi possível mesmo com divergências políticas dentro do Mercosul. Para ele, trata-se mais do que uma solução imediata: é uma oportunidade importante que exige passos cautelosos porém firmes.
A representante europeia reforçou a importância histórica dessa parceria comercial num cenário global marcado por fragmentações políticas crescentes.Ela afirmou que “as democracias podem apoiar-se mutuamente” diante das crises atuais.
Salvaguardas para setores sensíveis
Ursula von der Leyen reconheceu as preocupações manifestadas por agricultores europeus – especialmente franceses – sobre possíveis impactos no mercado local devido à entrada maior de produtos do Mercosul. Para tranquilizá-los, garantiu que o acordo inclui salvaguardas robustas destinadas à proteção desses setores econômicos.
Além disso, estimou-se que cerca de 60 mil empresas exportadoras se beneficiarão diretamente com tarifas reduzidas e processos aduaneiros simplificados nos mercados envolvidos.também haverá acesso preferencial a matérias-primas essenciais para diversos segmentos produtivos.
Compromisso ambiental no novo pacto comercial
Outro ponto destacado pela líder europeia foi a preocupação ambiental presente no acordo firmado entre os blocos econômicos. Segundo ela, este é um passo inicial importante rumo ao cumprimento dos objetivos estabelecidos pelo Acordo de Paris sobre mudanças climáticas.
Ursula elogiou os esforços do presidente Lula na proteção da Amazônia como fundamentais nesse contexto globalizado: “preservar a Amazônia é uma responsabilidade compartilhada pela humanidade”, concluiu.
Este avanço nas relações comerciais representa um marco significativo tanto político quanto econômico para América Latina e Europa. O impacto positivo esperado deve refletir-se não apenas nos negócios mas também na sustentabilidade ambiental regional.
Acompanhe as atualizações da matéria e outras reportagens relevantes no Portal Notícias do Amazonas e fique sempre bem informado com as notícias de Manaus e região!