Brasil e China vão fortalecer a parceria bilateral durante a visita de Estado do presidente chinês, Xi Jinping, a Brasília.O encontro ocorrerá na próxima quinta-feira (20), no Palácio da Alvorada, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberá Xi Jinping para a assinatura de diversos acordos que abrangem todos os setores do governo. A visita marca uma nova etapa nas relações entre os dois países, celebrando também os 50 anos de diplomacia entre Brasil e china.
Parceria Estratégica e Diplomacia
O secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores, Eduardo Paes Saboia, destacou que este momento é fundamental para consolidar a parceria política bilateral. Segundo ele, os presidentes terão a oportunidade de aprofundar sinergias em políticas de desenvolvimento e programas de investimento, brasil-e-colombia-intensificam-acoes-contra-crimes-na-fronteira-com-operacao-conjunta-na-amazonia/” title=”… e Colômbia intensificam ações contra crimes na fronteira com operação conjunta na Amazônia”>além de fortalecer a coordenação em temas regionais e multilaterais.
Brasil e China mantêm uma parceria estratégica desde 1993, que evoluiu para uma parceria estratégica global em 2012. O diálogo entre as nações ocorre em vários fóruns internacionais plurilaterais e multilaterais. A visita do presidente chinês é uma continuidade da viagem feita por Lula à China em abril deste ano.
Reforma da Governança Global
Saboia ressaltou o papel dos dois países como atores essenciais na reforma da governança global para torná-la mais representativa e democrática. ele citou como exemplo a convergência entre Brasil e China na busca por soluções políticas para conflitos internacionais,como o caso da crise entre Rússia e Ucrânia.
Relações Comerciais Bilaterais
A relação comercial entre Brasil e China é considerada “de primeira ordem”. A China figura como principal parceiro comercial brasileiro e também está entre as maiores fontes de investimentos no país sul-americano.Em 2023,as exportações brasileiras para a China atingiram um recorde histórico: US$ 104,3 bilhões – valor superior à soma das vendas destinadas aos Estados Unidos e à União Europeia.
Ampliação do Comércio Bilateral
Durante a visita oficial serão reafirmados esforços para ampliar o comércio bilateral com foco na diversificação dos produtos brasileiros exportados ao mercado chinês. Estão sendo negociados protocolos que permitirão aumentar as exportações agrícolas brasileiras ao país asiático. Além disso, há interesse mútuo em atrair investimentos chineses especialmente nos setores de infraestrutura industrial produtiva.
Dos 93 projetos industriais chineses instalados no Brasil destacam-se principalmente aqueles ligados às indústrias automotiva, eletroeletrônica e máquinas/equipamentos industriais – áreas que devem ser reforçadas com novos contratos durante esta visita presidencial.
Cooperação Financeira, Científica e Tecnológica
Outro ponto importante será o avanço nas parcerias financeiras envolvendo instituições brasileiras como BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social), Ministério da Fazenda e B3 (bolsa brasileira). Os acordos previstos também contemplam cooperação científica voltada à inovação tecnológica nas áreas:
- Fontes renováveis de energia limpa
- Nanotecnologia
- Tecnologia da informação
- Indústria fotovoltaica
- Tecnologia nuclear
- Inteligência artificial
- Mecanização agrícola familiar
Essas iniciativas refletem um compromisso conjunto com pesquisas avançadas visando sustentabilidade econômica ambientalmente responsável.
Impacto Geopolítico: Estados Unidos x brasil-China
Questionado sobre possíveis impactos políticos decorrentes da eleição do ex-presidente Donald Trump nos Estados Unidos sobre as relações bilaterais Brasil-China, Eduardo Saboia afirmou que apesar das pressões esperadas por parte dos EUA contra o crescimento econômico chinês – especialmente sob alegação relacionada à segurança nacional – o relacionamento estratégico brasileiro com a China permanece sólido independentemente das mudanças políticas americanas.na América do Sul há expectativa que os EUA possam intensificar sua influência sobre países portuários como Brasil ou peru buscando limitar entrada crescente dos produtos chineses na região; contudo,
“A relação Brasil-China já atravessou vários governos norte-americanos diferentes sem perder força”, disse Saboia enfatizando ainda:
“O Brasil mantém excelentes relações tanto com Estados Unidos quanto com China; nosso país defende diálogo aberto visando comércio justo and atração contínua investimentos capazes gerar riqueza sustentável.”
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