O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (20), durante reunião ministerial na Granja do Torto, que a campanha eleitoral para 2026 já está em andamento, mesmo que não seja por sua parte. Ele destacou a necessidade de intensificar o trabalho do governo para evitar que o país retorne ao que chamou de “neonazismo”, em referência à gestão de seu antecessor, jair Bolsonaro (PL). O encontro, que reuniu ministros e líderes do governo no Congresso, durou cerca de sete horas e marcou o primeiro encontro do ano com o primeiro escalão.
Lula destaca início antecipado da campanha eleitoral e reforça compromisso com a democracia
Durante a abertura da reunião,Lula ressaltou que,apesar de o governo estar focado em trabalhar para entregar resultados à população,os adversários políticos já começaram suas campanhas.Segundo ele, “a antecipação de campanha para nós é trabalhar, trabalhar, trabalhar e entregar o que o povo precisa”.O presidente enfatizou ainda o compromisso de seu governo em eleger um governo que mantenha o processo democrático e evite o retorno ao autoritarismo.
Recuperação e postura firme contra retrocessos
Lula aproveitou para mostrar estar recuperado da cirurgia no crânio realizada em dezembro, aparecendo pela primeira vez sem chapéu.Em tom descontraído, brincou sobre seu cabelo crescer mais do que os dos ministros Geraldo Alckmin e Ricardo Lewandowski. Reafirmou sua missão de impedir qualquer retrocesso político no país, sem citar diretamente Bolsonaro.
Crise do Pix e controle ministerial
O presidente também cobrou maior controle sobre as ações dos ministérios, fazendo uma crítica indireta ao ministro da Fazenda, Fernando haddad, em relação à recente crise envolvendo uma norma da Receita Federal. A medida previa ampliar a fiscalização sobre transações via Pix acima de R$ 5.000 mensais por pessoas físicas, mas foi retirada após forte reação da oposição e disseminação de desinformação nas redes sociais. Vídeos de parlamentares como Nikolas Ferreira (PL-MG) viralizaram atacando a iniciativa.
Desafios políticos internos e perspectivas para 2025
Lula mencionou os partidos aliados que compõem sua base governista, destacando a necessidade de avaliar se essas legendas continuarão apoiando sua gestão no próximo ciclo eleitoral. União Brasil e PSD, por exemplo, ensaiam lançar candidaturas próprias à Presidência em 2026, enquanto uma ala do MDB busca a vice na chapa petista. O presidente pediu aos ministros que trabalhem para manter essas alianças em 2025.
Expectativa por reforma ministerial e balanço das pastas
O presidente anunciou que terá conversas individuais com seus ministros em meio à expectativa por uma possível reforma na Esplanada. Ele agradeceu a confiança dos aliados e avisou que “vai ter muito mais trabalho” pela frente. Lula também reconheceu que seu governo não cumpriu todas as promessas feitas em 2022: até agora, 28% das 103 metas foram concluídas, contra 20% em 2023. Para ele, 2025 será “o ano da grande colheita” dessas ações.
Comunicação unificada e próximos passos
A crise recente envolvendo o Pix reforçou no Planalto a necessidade de um discurso mais alinhado entre os ministérios.O ministro Rui Costa (Casa Civil) destacou a importância de centralizar as ações governamentais e elaborar um plano de comunicação eficaz. Ele negou que tenha sido discutida uma reforma ministerial na reunião,afirmando que Lula continua refletindo sobre possíveis mudanças.
O novo ministro da secretaria de Comunicação (Secom), Sidônio Palmeira, já iniciou sua gestão encomendando uma campanha voltada para autônomos e empreendedores, público considerado desgastado após as fake news sobre taxação do Pix. Em breve,todos os ministros apresentarão balanços das suas pastas e projeções para 2025.
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