A Justiça do Rio de Janeiro iniciou na tarde desta segunda-feira (24) o julgamento de seis pessoas ligadas ao laboratório PCS Saleme, envolvidas em um caso que resultou na infecção por HIV de seis pacientes após transplantes de órgãos realizados no ano passado. O processo ocorre na 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu,região metropolitana do Rio,e envolve sócios e funcionários do laboratório acusados por crimes graves relacionados à emissão de laudos fraudulentos.
Julgamento dos envolvidos no caso PCS saleme
O grupo acusado é composto pelos sócios Walter Vieira e matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, além dos funcionários Ivanilson Fernandes dos Santos, Cleber de Oliveira Santos, Jacqueline Iris Barcellar de Assis e Adriana Vargas dos anjos, esta última coordenadora técnica do laboratório. Jacqueline está sob acusação específica por ter assinado um laudo falso.
Acusações formais
Todos os réus foram denunciados pela 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada dos Núcleos de Duque de Caxias e Nova Iguaçu, vinculada ao Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ). As acusações incluem lesão corporal gravíssima, associação criminosa, falsificação documental e falsidade ideológica.
Procedimentos da audiência
A audiência começou no início da tarde com a previsão para depoimentos das testemunhas indicadas tanto pelo MPRJ quanto pelas defesas. Também está previsto o interrogatório direto dos réus.O julgamento não será aberto à imprensa e ainda não há previsão para sua conclusão.
Contexto do caso: infecção por HIV em pacientes transplantados
Em outubro do ano passado, a Secretaria Estadual de Saúde confirmou que investigava a contaminação por HIV em seis pacientes submetidos a transplantes diversos – rins, fígado, coração e córnea. A origem da contaminação foi atribuída aos exames realizados pelo laboratório PCS Saleme.
Laudos fraudulentos emitidos pelo laboratório
Contratado pelo governo estadual em dezembro de 2023 via Fundação Saúde para realizar exames sorológicos nos órgãos destinados aos transplantes, o PCS Saleme apresentou resultados falsificados que não detectaram a presença do vírus HIV em dois donadores. Essa falha grave levou à infecção posterior nos receptores desses órgãos.
Consequências administrativas após o escândalo
Após a divulgação pública das irregularidades cometidas pelo laboratório PCS Saleme houve imediata interdição pela Vigilância Sanitária estadual. Além disso, o contrato com o governo foi rescindido oficialmente. O episódio também provocou a renúncia da direção da fundação Saúde responsável pela contratação.
situação atual dos envolvidos e vítimas
Cinco pessoas chegaram a ser presas preventivamente durante as investigações mas foram liberadas mediante habeas corpus posteriormente concedidos pela justiça. Quanto às vítimas infectadas pelos transplantes contaminados com HIV:
Condição clínica atual das vítimas
De acordo com informações oficiais da Secretaria Estadual de Saúde do Rio Janeiro os seis receptores estão estáveis clinicamente e recebem acompanhamento contínuo através uma equipe multidisciplinar especializada dentro da secretaria.
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