A carta enviada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a ameaça de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os EUA, gerou preocupação na indústria da Zona Franca de Manaus (ZFM). A possível medida pode impactar diretamente setores do Polo Industrial que mantêm relações comerciais com o zfm/” title=”Taxação dos EUA pode impactar exportações da …”>mercado norte-americano. Embora os Estados Unidos não sejam o principal destino das exportações da ZFM, em 2024 as vendas para aquele país somaram cerca de US$ 210 milhões, principalmente em eletroeletrônicos, motocicletas e componentes industriais produzidos em Manaus.
Impactos da Tarifa Americana na Zona Franca de Manaus
A economia da ZFM é fortemente dependente de insumos importados para a montagem dos produtos finais. Essa característica torna o polo industrial vulnerável tanto às oscilações cambiais quanto às barreiras comerciais internacionais. A ameaça tarifária americana surge como um desafio adicional à competitividade do setor.
Justificativa e Reação Brasileira
No documento enviado ao presidente Lula, Donald Trump justifica a retaliação comercial como resposta aos processos judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) e às decisões brasileiras envolvendo empresas americanas do setor tecnológico. Essa ação foi interpretada no Brasil como uma tentativa de interferência nos assuntos internos do país.
Em resposta imediata nas redes sociais, lula reafirmou a soberania brasileira e destacou que qualquer aumento unilateral nas tarifas será enfrentado com medidas recíprocas previstas na recém-aprovada lei brasileira de reciprocidade econômica. O presidente afirmou ainda que o Brasil “não aceitará ser tutelado por ninguém“.
Importância Econômica e Social da Zona Franca
De acordo com dados da superintendência da Zona franca de Manaus (Suframa), o Polo Industrial gera mais de 111 mil empregos diretos e conta com aproximadamente 500 empresas incentivadas. O modelo depende essencialmente da estabilidade logística, acordos comerciais sólidos e segurança jurídica para garantir sua sustentabilidade regional.
Preocupações Setoriais
Especialistas alertam que novas tarifas podem provocar impactos significativos no setor produtivo local. Em situações anteriores – como quando houve aumento das tarifas sobre aço brasileiro em 2018 – as empresas tiveram que rever contratos e buscar novos mercados para suas exportações.
A Federação das Indústrias do estado do Amazonas (Fieam) já havia manifestado preocupação quanto ao risco de um “efeito dominó” nos setores integrados à cadeia global produtiva local. A entidade reforça a necessidade urgente por políticas externas capazes de preservar um ambiente favorável aos negócios na região.
Mobilização Política pela Defesa da ZFM
A bancada federal do Amazonas tem se articulado para responder conjuntamente à ameaça externa. O senador Omar Aziz (PSD-AM), em entrevista à Agência Senado, defendeu medidas protetivas diante das “ameaças geopolíticas” que podem prejudicar tanto a indústria quanto os trabalhadores locais.
Esse episódio evidencia a importância estratégica da Zona franca não apenas para o equilíbrio socioeconômico amazônico mas também para garantir a soberania industrial brasileira frente aos desafios externos atuais.
conclusão
Diante desse cenário delicado provocado pela carta americana ameaçando taxar as exportações brasileiras em até 50%,é fundamental fortalecer políticas públicas voltadas à proteção e fortalecimento do Polo Industrial local. A articulação entre governo federal, entidades empresariais e representantes políticos será decisiva para blindar esse importante modelo econômico regional contra impactos negativos externos.
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