Milhares de indígenas de diversas etnias ocuparam a área central de Brasília na manhã desta terça-feira (8), durante a 21ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL). Usando adereços tradicionais e pinturas corporais típicas, os participantes percorreram cerca de 4 quilômetros entre o antigo Complexo Funarte, no Eixo Monumental, entoando cânticos e palavras de ordem para exigir das autoridades o respeito e a garantia dos seus direitos.
mobilização indígena em Brasília
O Acampamento Terra Livre é uma das maiores mobilizações indígenas do país. Nesta edição, que começou na segunda-feira (7) e segue até sexta-feira (11), a expectativa da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) é reunir entre 6 mil e 8 mil indígenas representando pelo menos 135 etnias. Além disso, apoiadores da causa e indigenistas participam das atividades culturais, debates e atos programados.
Participação ativa dos povos indígenas
Netuno Borum, que veio com mais de 360 indígenas da Região Sudeste para representar seu povo no ATL, destacou: “A gente vem lutar por nossos direitos.E não porque queremos nada de graça. Se não fizermos isso nós mesmos, ninguém fará por nós.” Ele caminhou ao lado dos filhos Potyra e Kretã Borum – que desde pequenos acompanham as manifestações – ressaltando o compromisso com as futuras gerações.
Outra participante frequente é Kayla Pataxó Hã-Hã-Hãe, que esteve presente pela quinta vez acompanhada do filho.Ela afirmou estar sempre ao lado do seu povo na luta pela demarcação das terras indígenas: “Carrego meu filho para que ele aprenda a valorizar tudo pelo qual estamos lutando.”
Principais reivindicações do movimento indígena
Durante a caminhada sob o sol forte do Planalto Central foram exibidas faixas com as demandas centrais:
- Demarcação das Terras Indígenas Já!
- Terras Indígenas Demarcadas é Futuro Garantido
- Respeitem a Constituição Federal
- nosso Futuro Não Está à Venda
- Pelo Fortalecimento da Educação e da Saúde Indígena
Saúde indígena em foco
Vanildo Ariabô Quezo, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi) em Cuiabá, enfatizou a urgência por mais recursos públicos destinados à saúde indígena: “Precisamos urgentemente de viaturas.” Ele também comentou sobre uma recente crise local que levou à exoneração do antigo coordenador do Distrito sanitário Especial Indígena (Dsei), destacando como foi importante substituir esse cargo por um representante indígena comprometido com o movimento.
Apoio institucional à manifestação
A marcha recebeu apoio significativo nesta terça-feira da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Distrito Federal (OAB-DF). Vinte e três advogados caminharam junto aos manifestantes para garantir os direitos constitucionais dos povos originários. A advogada Erica Ferrer explicou: “Estamos monitorando o acampamento para evitar agressões ou conflitos.”
A mobilização realizada no coração político brasileiro reforça as demandas históricas pelos direitos territoriais e sociais dos povos indígenas. A participação ativa das comunidades aliada ao suporte institucional demonstra um esforço conjunto pela valorização dessas populações.
Acompanhe as atualizações da matéria e outras reportagens relevantes no Portal Notícias do Amazonas e fique sempre bem informado com as notícias de Manaus e região!
