sábado, setembro 13, 2025
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Notícias do Amazonas – Indígena kokama permanece em abrigo por falhas da Funai

Mais​ de um mês após a​ Justiça conceder regime de⁤ semiliberdade à indígena kokama ‌que sofreu violência em uma delegacia no interior do amazonas, ela permanece isolada ‌em um abrigo na capital Manaus. ⁢A permanência⁤ ocorre devido⁤ à falta de manifestação da ‌Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), órgão responsável por acompanhar o cumprimento ​da medida prevista no Estatuto do Índio.

Decisão judicial e impedimentos para mudança

A indígena já recebeu as ‍chaves da casa fornecida pelo ‍Governo do Amazonas, conforme acordo judicial,⁣ mas‍ não pode se mudar porque aguarda a emissão de‍ um laudo técnico pela Funai. Enquanto isso, permanece afastada da família – composta pelos filhos, ​mãe,⁣ padrasto e irmã – mesmo com autorização judicial para conviver com eles. A situação é agravada pelo‌ fato⁤ de sua irmã enfrentar um câncer agressivo.

Impacto na ⁣saúde mental e emocional

No dia ‌10 ​deste⁤ mês, a mulher esteve na sede da Defensoria​ Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) para reforçar seu​ pedido de transferência para o novo lar. Ela planeja receber os filhos ⁤- um adolescente de‌ 13 anos e ‌uma criança próxima dos três anos – ‌além ⁣da mãe ⁤idosa e da irmã recém-operada que está hospedada em hotel por falta de suporte familiar⁣ adequado.

A irmã tem 27 ⁣anos e está se ‍recuperando após cirurgia ⁣complexa ⁢que envolveu retirada do útero e reto. Utiliza sondas⁤ para alimentação e necessidades fisiológicas básicas. Sem apoio institucional suficiente, a indígena tem arcado sozinha com os custos desse ⁤tratamento.

O papel da Funai no cumprimento da decisão⁤ judicial

Segundo o defensor ‍público ​theo Costa, essa ​situação representa um retrocesso grave: “A⁤ decisão ‌sobre o regime semiaberto ‍está sendo usada contra ela”. O⁤ Estatuto do Índio exige supervisão pela Funai nesse tipo de ​medida; contudo, o órgão não participou ⁢das discussões judiciais nem apresentou parecer‌ técnico até agora.

Costa destaca: “Ela já tem moradia garantida pelo Estado do Amazonas; a Justiça decidiu favoravelmente; porém falta ação efetiva por parte da Funai.” Essa ausência impede que ela ‍retome sua convivência familiar como previsto legalmente.

Denúncias feitas​ pela Defensoria Pública

O⁢ defensor Roger Moreira informou que notificou a vara de Execuções Penais (VEP) desde⁢ setembro sobre a​ urgência relacionada à ​condição médica ⁢delicada da ​irmã e à disponibilidade imediata‌ da casa‍ destinada⁤ à ​indígena. No entanto, nenhuma ⁤decisão foi ⁢tomada até o momento.

Theo Costa ressalta: “Queremos garantir que ela cumpra seu regime junto à família. A omissão institucional ⁣cria ‌vazio jurídico que só aumenta seu sofrimento.”

Apoio insuficiente aos ‌familiares⁣ ameaçados

Parte dos parentes ameaçados em ⁤Santo Antônio do Içá está sendo trazida para Manaus com recursos ⁣próprios custeados pelo defensor Roger​ Moreira devido ao descaso federal. Segundo relatos: “A​ Funai prometeu⁤ ajuda ‌mas‍ não cumpriu; ⁣Dr. Roger precisou arcar pessoalmente com as passagens.” A indígena afirma estar cuidando sozinha das necessidades familiares enquanto aguarda apenas o⁤ laudo pendente.

Moreira enfatiza: “Burocracia não‌ resolve emergências humanas‌ como esta – longe dos‌ filhos e diante das condições ⁤críticas enfrentadas pela irmã.”

Violação​ institucional ‌evidenciada

A Defensoria ⁣Pública ‍acionou​ tanto o Ministério dos Direitos Humanos quanto a ​própria​ Funai buscando proteção adequada para essa família vulnerável. ‌Contudo, segundo Theo Costa, nem mesmo houve visita técnica ou avaliação presencial por parte desse órgão federal até agora.

Em suas palavras​ emocionadas: “Eu só quero estar perto dos meus filhos ‍e minha família; ⁢minha‍ casa está pronta esperando por nós.”

Contexto histórico do ⁤caso

Em‌ novembro‌ de ⁤2022, ⁤ao buscar registrar denúncia contra violência doméstica numa delegacia local foi presa sem ⁢audiência prévia sob acusação ⁤grave resultando em pena superior a 16 anos. Durante quase dez meses ficou ⁤detida na Delegacia ⁣Interativa Polícia​ Santo Antônio do ‌Içá onde sofreu estupros repetidos além tortura física praticados por agentes públicos⁤ estaduais.Mesmo amamentando bebê recém-nascido foi submetida forçosamente ⁣ao trabalho degradante externo sob custódia estatal ilegalmente mantida naquele ambiente ‍insalubre denunciado desde então pela​ Defensoria Pública junto​ ao Ministério Público Federal ⁤gerando investigações contra​ policiais envolvidos incluindo guarda ⁢municipal local.

Perícias oficiais confirmaram ⁢os ⁢abusos sofridos levando posteriormente à concessão judicial ao regime semiaberto acompanhado obrigatoriamente pela Funai com moradia⁤ assegurada ‌pelo governo ‌estadual – condição ⁣ainda não efetivada devido‌ inércia administrativa⁣ federal prolongando ‌isolamento prejudicial físico-psicológico dessa mulher vítima ‌múltipla dentro das Notícias do Amazonas recentes mais impactantes.

Conclusão

O caso expõe falhas ⁣graves nas⁢ instituições ‌responsáveis ‌pelos direitos ⁣indígenas no estado mostrando abandono sistemático apesar das​ decisões judiciais claras garantindo proteção ⁣social mínima necessária às vítimas​ indígenas violentadas sob custódia estatal no Amazonas.

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