terça-feira, outubro 21, 2025
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Notícias do Amazonas – Impactos da redução da jornada de trabalho na ZFM

A proposta em debate no Congresso Nacional para reduzir a jornada semanal de trabalho de 44 para 40 horas, mantendo o salário mensal, tem sido vista como uma conquista social importante. No entanto, essa medida pode gerar impactos negativos significativos se aplicada uniformemente em um país com desigualdades estruturais como o Brasil. A Zona Franca de Manaus (ZFM), polo industrial estratégico da amazônia, é uma das regiões que mais sofre com essas mudanças devido à sua sensibilidade aos custos e às especificidades locais.

Impactos econômicos na Zona Franca de Manaus

Segundo a Nota Técnica ECON 65/2025 da confederação Nacional da Indústria (CNI),a redução da jornada poderá aumentar os custos do trabalho industrial em até R$ 87,5 bilhões no país. Na ZFM, esse aumento pode chegar a 11,2% na folha salarial, um impacto significativo que ameaça a manutenção das plantas industriais e reduz investimentos essenciais para o desenvolvimento regional.

Sensibilidade aos custos e competitividade

A Zona Franca funciona sob um modelo de compensação regional que utiliza incentivos fiscais não como privilégios, mas como ferramentas para equilibrar as desvantagens logísticas e energéticas enfrentadas na Amazônia. Alterar as regras sem oferecer contrapartidas ou ajustes compromete esse pacto federativo essential para preservar tanto a indústria quanto a floresta.

Queda na produtividade e desafios técnicos

Além do aumento dos custos, há risco real de queda na produtividade. Substituir trabalhadores experientes por novos profissionais não é simples nem rápido devido às dificuldades históricas na formação técnica qualificada localmente. O treinamento demanda tempo e recursos que ainda são escassos no território amazônico.

Consequências ambientais e sociais

O encarecimento das operações industriais pode abrir espaço para atividades econômicas predatórias ao enfraquecer o modelo sustentável da ZFM. A viabilidade econômica da floresta em pé depende desses incentivos; sem eles, aumentam informalidade, desmatamento ilegal e migração forçada para áreas urbanas carentes de infraestrutura adequada.

Pilar geopolítico ameaçado

O fortalecimento do polo industrial amazônico é também uma questão estratégica nacional. Tornar suas operações menos eficientes compromete não só empregos diretos – mais de 500 mil – mas também toda uma cadeia produtiva responsável por mais de 80% do PIB local.

Propostas para políticas públicas calibradas

Diante desse cenário complexo, defende-se não o imobilismo mas sim políticas públicas calibradas que reconheçam as desigualdades regionais brasileiras:

  • Regimes diferenciados com transições graduais nas áreas incentivadas como a ZFM;
  • Investimentos estruturantes em qualificação técnica e inovação tecnológica;
  • Diálogo amplo entre União, estados e municípios amazônicos;
  • Estudos regionais detalhados antes da implementação de reformas estruturais.

A Zona Franca deve ser tratada como plataforma essencial à soberania nacional aliada à inovação sustentável – um compromisso vital entre economia e ecologia; emprego formalizado; preservação florestal; Brasil profundo conectado ao projeto maior do país.


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