sexta-feira, dezembro 19, 2025
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Notícias do Amazonas – Exportações para a China crescem 28,6% e superam tarifaço dos EUA

O crescimento das exportações brasileiras para a China compensou a queda provocada pelo chamado “tarifaço” americano, que entrou em vigor em agosto de 2025 e aplicou sobretaxas de até 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos. Entre agosto e novembro,o valor das vendas para a China aumentou 28,6% em relação ao mesmo período do ano anterior,enquanto as exportações destinadas aos EUA recuaram 25,1%. O volume dos embarques seguiu tendência semelhante: alta de 30% para a China e queda de 23,5% para os Estados unidos.

Parceria comercial entre brasil e China

Os dados foram divulgados no dia 18 de dezembro pelo Indicador de Comércio Exterior (Icomex), do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação getulio Vargas (FGV), com base nas informações da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A pesquisa confirma que a china permanece como principal parceiro comercial do Brasil, superando os Estados Unidos. A participação chinesa representa cerca de 30% das exportações brasileiras,o que ajudou a equilibrar as perdas causadas pela redução nas vendas ao mercado americano.

Segundo o relatório da FGV: “[O presidente americano Donald] Trump superestimou a capacidade dos Estados Unidos em provocar danos gerais às exportações brasileiras”, destacando que o impacto negativo foi parcialmente neutralizado pela demanda chinesa.

setores mais afetados pelo tarifaço

Entre agosto e novembro deste ano, alguns setores sofreram quedas expressivas nas vendas aos EUA:

  • Extração de minerais não-metálicos: -72,9%
  • Fabricação de bebidas: -65,7%
  • Fabricação de produtos do fumo: -65,7%
  • Extração de minerais metálicos: -65,3%
  • Produção florestal: -60,2%
  • Fabricação de produtos metálicos (exceto máquinas): -51,2%
  • Fabricação de produtos derivados da madeira: -49,4%

Esses números evidenciam como determinados segmentos foram diretamente impactados pelas tarifas americanas elevadas.

Análise comparativa anual das exportações

A pesquisa também mostra uma mudança clara no comportamento das exportações durante o ano. De abril a julho houve crescimento constante nos volumes enviados aos EUA quando comparado com igual período em 2024. No entanto,, após o início do tarifaço em agosto vieram quatro meses consecutivos com retração significativa:

Para os Estados Unidos:

  • Abril +13.3%, Maio +9%, Junho +8.5%, Julho +6.7%
  • Agosto −12.7%,Setembro −16.6%, Outubro −35.3%, Novembro −28%

Já as vendas à China tiveram trajetória oposta após agosto:

  • Abril +6.4%, Maio +8.1%, Junho +10.3%, Julho −0.3%
  • Agosto +32.7%, Setembro +15.2%, Outubro +32.7%, Novembro +42.8%

Essa inversão reforça como o mercado chinês absorveu parte da demanda perdida nos EUA.

Impacto da soja nas vendas à China

A pesquisadora associada Lia Valls destaca que um fator importante para esse aumento foi a concentração dos embarques de soja no segundo semestre deste ano – produto basic na pauta brasileira com destino à china.

“Quando as exportações para os estados Unidos começaram a cair foi justamente nesse momento que aumentaram significativamente as remessas à China”, explicou Lia Valls à Agência Brasil ressaltando ainda seu efeito positivo sobre o desempenho global das vendas externas brasileiras.

Até novembro deste ano houve um crescimento acumulado total nas exportações brasileiras na ordem dos 4,3% frente ao mesmo período anterior.

Exportação limitada para Argentina

Além disso,o Icomex apontou um crescimento modesto nas operações comerciais entre Brasil e Argentina – terceira maior parceira comercial nacional – registrando alta entre agosto e novembro tanto no valor (+5%) quanto no volume (+7,.8%) frente ao mesmo intervalo anterior.

Porém Lia Valls ressalta que esse avanço tem impacto restrito devido à pequena participação argentina na pauta brasileira.”A Argentina é muito focada na venda automotiva; porém praticamente não há fluxo desse tipo entre nós e os EUA”, afirmou ela explicando essa limitação estrutural.


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