O Amazonas movimentou US$ 1,41 bilhão na Corrente de Comércio em agosto de 2025, com exportações totalizando US$ 86,3 milhões e importações dominando o cenário com US$ 1,32 bilhão. O ouro permaneceu como o principal produto exportado pelo estado. Esses dados são do estudo da Balança comercial do Amazonas, elaborado pelo Departamento de Estatística e Geoprocessamento (Degeo) da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti). A análise revela avanços nas exportações locais, mas também destaca a alta dependência das importações para a economia amazonense.
Exportações no Amazonas: principais municípios e produtos
Em agosto de 2025, Manaus liderou as exportações no estado com cerca de US$ 79 milhões arrecadados – equivalente a 93% do total. Outros municípios que se destacaram foram Presidente Figueiredo (US$ 4,38 milhões), Itacoatiara (US$ 1,12 milhão), Tefé (US$ 288 mil) e Manacapuru (US$ 161 mil).
Produtos mais exportados
entre os principais produtos enviados para o exterior estão:
- Ouro,incluindo ouro platinado
- Ferros-ligas
- Preparações alimentícias como temperos e condimentos
- Motocicletas e ciclomotores
- desperdícios,resíduos e sucata de ferro fundido
A Alemanha foi o principal destino das exportações amazonenses. Já nas importações os maiores parceiros comerciais foram china e Estados Unidos.
Impactos econômicos das exportações no Amazonas
A economista Denise Kassama destaca que o crescimento nas exportações indica uma expansão da atividade econômica local. Ela ressalta que esse movimento gera renda e emprego principalmente em regiões interiores do estado onde desenvolver atividades produtivas é desafiador devido às limitações logísticas.
No entanto,Kassama alerta que apesar desse avanço as dificuldades para alcançar superávit na balança comercial persistem. Isso ocorre porque a economia regional está estruturada segundo o modelo da Zona Franca de Manaus (ZFM), caracterizado pela forte dependência das importações.
Modelo econômico baseado na Zona Franca de Manaus
Segundo Kassama:
“A balança comercial dificilmente será superavitária porque as indústrias se instalam aqui justamente pela possibilidade de importar pagando menos impostos.”
Ela cita exceções pontuais como a fábrica da Recofarma – produtora dos concentrados usados pela Coca-Cola – que representa um caso raro em termos produção local.
Outro destaque importante é a exploração mineral na região amazônica. Embora seja um vetor significativo para crescimento econômico nos últimos anos, essa atividade envolve questões ambientais complexas devido à localização frequente das reservas minerais em áreas indígenas.
Mineração: desafios ambientais e sociais
Em 2024 a Amazônia Legal respondeu por 40,6% do faturamento nacional da mineração, abrangendo estados do Norte além Maranhão e Mato Grosso.A mina Pitinga em Presidente Figueiredo é um exemplo dessa atividade consolidada no estado.
Kassama enfatiza:
“A mineração pode trazer ganhos econômicos importantes mas também impactos graves ao meio ambiente; não deve ser vista como solução única para os problemas econômicos locais.”
Redução da dependência externa: desafios futuros
Especialistas apontam que reduzir a dependência dos insumos importados é um dos maiores desafios para fortalecer a economia amazonense. A economista Lenice Benevides reforça ser basic estimular uma produção interna capaz competir com fornecedores internacionais.
Para isso são necessárias políticas públicas eficazes voltadas ao incentivo industrial local aliadas à melhoria da infraestrutura logística regional além da qualificação profissional adequada aos novos mercados.
Benevides afirma:
“É preciso criar fornecedores dentro ou fora do estado capazes oferecer produtos competitivos; porém essa transformação demanda investimentos robustos.”
O cenário atual mostra avanços importantes nas exportações amazonenses enquanto evidencia fragilidades estruturais ligadas à forte dependência externa por insumos industriais. Para garantir maior autonomia econômica será essencial investir em políticas integradas focadas no desenvolvimento sustentável regional aliado à diversificação produtiva local.
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