Ex-copiloto denuncia falhas no sistema de degelo da aeronave da Voepass que caiu em Vinhedo,causando 62 mortes em agosto de 2024
Um ex-copiloto revelou que o avião da Voepass envolvido no acidente ocorrido em Vinhedo,interior de São Paulo,no dia 9 de agosto de 2024,apresentava problemas sérios e recorrentes no sistema de degelo das asas. A aeronave ATR 72-500, prefixo PS-VPB, não estaria em condições seguras para voar.O episódio resultou na morte das 62 pessoas a bordo. Essas informações foram divulgadas durante entrevista exibida pelo programa Fantástico.
Notícias do Amazonas traz detalhes sobre as falhas apontadas e os desdobramentos do caso.Falhas técnicas e relatos internos
Luís Claudio de Almeida, ex-copiloto que já operou o mesmo modelo da aeronave acidentada, afirmou: “Você ligava [o sistema], ele caía; ligava de novo, ele caía”, referindo-se ao mau funcionamento do equipamento responsável por remover o gelo acumulado nas asas.Além disso, um áudio obtido pela reportagem expõe a conversa entre dois funcionários do setor de manutenção da Voepass na unidade localizada em Ribeirão Preto (SP). Um deles expressa arrependimento por não ter reportado defeitos nos equipamentos devido à pressão por inspeções rápidas. Ele relata sentir um “remorso desgraçado” pela omissão.
O comandante do voo também teria mencionado informalmente problemas com o sistema anti-gelo antes da tragédia,mas sem registrar oficialmente a ocorrência.
A empresa Voepass defende que todas as suas aeronaves estavam dentro dos padrões exigidos pelas autoridades e autorizadas para operação comercial até junho deste ano. Contudo, seu Certificado de Operador Aéreo (COE) foi cassado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), impedindo-a legalmente de realizar voos comerciais desde então.
Investigação preliminar aponta causas prováveis
O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) divulgou relatório preliminar em setembro indicando que a formação severa e inesperada de gelo nas asas pode ter causado perda repentina do controle durante a aproximação para pouso no Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro – Guarulhos.
Segundo os dados coletados:
- Houve alertas constantes sobre presença excessiva de gelo;
- Pilotos registraram perda significativa na velocidade;
- Sistemas manuais foram acionados repetidamente para tentar controlar a situação;
A hipótese principal é que o acúmulo intenso desse gelo comprometeu a sustentação após uma curva leve à direita seguida por uma guinada brusca à esquerda – movimento típico quando há perda aerodinâmica crítica.
Funcionamento dos sistemas anti-gelo
O ATR 72-500 possui dois mecanismos complementares contra congelamento:
- Sistema elétrico: protege sensores essenciais como pitots e para-brisa;
- Sistema pneumático: utiliza ar quente proveniente das turbinas para inflar câmaras localizadas nas asas e cauda – ação mecânica destinada a quebrar camadas formadas pelo gelo;
Ambos precisam ser ativados manualmente pelos pilotos sempre que há risco meteorológico compatível com formação rápida ou intensa dessas camadas geladas – procedimento padrão ignorado ou comprometido segundo relatos internos relacionados ao acidente.Contexto regulatório recente
em março deste ano houve suspensão temporária das operações comerciais da Voepass após inspeções revelarem falhas não corrigidas nas suas aeronaves. Posteriormente veio a cassação definitiva do COE pela Anac em junho – medida extrema motivada pelo histórico preocupante apresentado pela companhia aérea nos últimos meses antes do desastre aéreo fatal ocorrido em agosto.
Posicionamento oficial
A empresa reafirmou publicamente sua confiança nos processos investigativos conduzidos pelo Cenipa e garantiu operar conforme normas internacionais vigentes até o momento anterior à suspensão definitiva imposta pelas autoridades brasileiras. O relatório final ainda está pendente quanto à data oficial para divulgação pública completa dos resultados técnicos conclusivos sobre as causas definitivas dessa tragédia aérea envolvendo um modelo comum também utilizado frequentemente na região Norte brasileira.
Moradores pedem melhorias na sinalização viária próxima às avenidas Djalma Batista e Constantino Nery visando reduzir acidentes frequentes registrados recentemente nos bairros Adrianópolis e Chapada – áreas centrais importantes da cidade Manaus.
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