Cristina Nascimento, esposa de Alan Sérgio Martins Batista, conhecido como “Alan Índio” e apontado como líder do Comando Vermelho no Amazonas, foi presa pela Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira (6), durante a Operação Xeque-mate. A ação teve como foco o núcleo financeiro da facção criminosa na região.
Prisão e atuação financeira de Cristina Nascimento
De acordo com a PF, Cristina desempenhava papel basic na administração financeira do grupo criminoso. Ela era responsável por movimentar recursos relacionados à lavagem de dinheiro e por gerir bens de luxo adquiridos com os lucros provenientes do tráfico de drogas. A prisão dela representa um golpe importante contra a estrutura econômica da organização.
Esquema sofisticado de lavagem de dinheiro
O superintendente regional da PF no Amazonas, João Paulo Garrido Pimentel, explicou que o grupo criminoso operava um complexo esquema para lavar dinheiro. Esse sistema envolvia empresas fictícias,estruturas paralelas para pagamentos e uma fintech chamada “Carto”,nome inspirado na palavra “cartel”. Segundo ele:
“Os indícios indicam que traficantes colombianos enviavam drogas ao Amazonas e recebiam pagamentos em criptoativos. Essa operação era gerida pela pessoa responsável pela fintech.”
Mandados cumpridos e bloqueio milionário
Além da prisão de Cristina Nascimento, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em diferentes locais ligados à facção. Também foi determinado o sequestro judicial de bens avaliados em R$ 122 milhões – entre imóveis e veículos luxuosos adquiridos com recursos ilícitos.
Outras duas pessoas foram presas durante a operação; elas ocupavam cargos estratégicos dentro da estrutura financeira do grupo criminoso, mas seus nomes não foram divulgados pelas autoridades.
Liderança foragida na Colômbia
Segundo informações oficiais da Polícia Federal,Alan Índio permanece foragido na Colômbia,país onde continuava emitindo ordens operacionais para o comando local do Comando Vermelho no Amazonas.
O superintendente João Paulo Garrido Pimentel destacou ainda que as lideranças dessa organização realizavam viagens frequentes ao exterior para adquirir veículos caros e artigos luxuosos; alguns membros também recorreram a cirurgias plásticas para dificultar sua identificação pelas autoridades.
Contexto das investigações e uso dos criptoativos
A Operação Xeque-Mate é um desdobramento das investigações iniciadas nas operações Torre 1 até Torre 4 que vêm acompanhando as atividades financeiras desse grupo há vários meses.A ação contou com apoio da Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (SEAI/AM) além da cooperação das forças policiais colombianas.
Criptoativos utilizados pelo grupo criminoso
Criptoativos são ativos digitais baseados em criptografia avançada associada à tecnologia blockchain – exemplos incluem criptomoedas e tokens digitais.O Comando vermelho utilizava esses meios para realizar pagamentos aos fornecedores internacionais sem passar pelos sistemas bancários tradicionais – dificultando assim o rastreamento financeiro pelas autoridades brasileiras.
Segundo dados levantados pela PF mais de R$ 122 milhões teriam circulado nessa rede clandestina convertidos em criptoativos enviados principalmente à Colômbia.
Conclusão: avanço estratégico contra o crime organizado no Amazonas
A prisão de Cristina Nascimento representa um avanço significativo no combate ao Comando Vermelho no estado do Amazonas ao atingir diretamente seu núcleo financeiro centralizado nas mãos dela enquanto gestora dos recursos ilícitos do grupo criminal.Essa operação reforça as ações integradas entre órgãos nacionais brasileiros e parceiros internacionais visando desarticular organizações criminosas transnacionais que atuam utilizando tecnologias modernas como os criptoativos para ocultar suas movimentações financeiras ilegais.Acompanhe as atualizações da matéria e outras reportagens relevantes no Portal Notícias do Amazonas e fique sempre bem informado com as notícias de Manaus e região!