Foi confirmada a causa da morte de uma criança de 1 ano e 3 meses em Caucaia, no Ceará.A menina faleceu devido à meningoencefalite, uma inflamação no cérebro e nas meninges, causada pela infecção da ameba Naegleria fowleri.O Ministério da Saúde confirmou o diagnóstico após investigação do caso. Este é o segundo registro oficial dessa infecção no Brasil, sendo o primeiro ocorrido em 1975 na capital paulista. A criança cearense morreu sete dias após o início dos sintomas.
Infecção por Naegleria fowleri: características e letalidade
A Naegleria fowleri é a única espécie do gênero capaz de infectar humanos. Ela invade o sistema nervoso central, causando uma doença grave com alta taxa de mortalidade estimada em 97%, conforme dados do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados unidos.
Como ocorre a contaminação
De acordo com antonio Silva Lima Neto (Tatan), secretário executivo de Vigilância em saúde do Ceará, embora seja mais comum que a ameba esteja presente em águas naturais como lagos, lagoas e rios, neste caso específico acredita-se que a contaminação tenha acontecido dentro da residência da vítima.
Tatan explica que “essa ameba se reproduz em água quente com temperatura mínima de 24ºC” e que foi encontrada água contaminada no reservatório domiciliar onde a criança morava. Ele ressalta ainda que foi uma fatalidade difícil de evitar.
Sintomas iniciais e dificuldades no diagnóstico
Os primeiros sinais apresentados pela criança incluíram febre alta, dor na garganta e faringite – sintomas comuns também a outras doenças respiratórias – o que dificultou um diagnóstico rápido para essa infecção rara.
Locais onde a ameba já foi identificada
Além das águas naturais mencionadas anteriormente, estudos brasileiros publicados na revista FEMS Immunology & Medical Microbiology indicam que os cistos da Naegleria fowleri podem ser encontrados também em ambientes inesperados como poeira hospitalar, filtros de aparelhos de ar condicionado e até garrafas plásticas contendo água mineral.
Medidas preventivas adotadas para evitar novos casos
A Secretaria Estadual da Saúde reforça ações preventivas essenciais para reduzir riscos: manutenção adequada dos reservatórios domiciliares e atenção redobrada nos locais utilizados para banho durante períodos quentes são fundamentais.
Após confirmação preliminar sobre presença da ameba na região afetada, Sesa junto à Prefeitura Municipal implementaram melhorias nos processos públicos responsáveis pela cloração e filtragem das águas fornecidas à população local visando impedir novas ocorrências dessa infecção letal.
Este triste episódio reforça a importância do cuidado contínuo com as fontes hídricas domésticas especialmente nas regiões mais quentes do país. A vigilância constante pode salvar vidas diante desse agente infeccioso pouco conhecido mas extremamente perigoso.
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