quinta-feira, outubro 30, 2025
InícioManausNotícias do Amazonas - Brasil enfrenta déficit de 174 mil vagas no...

Notícias do Amazonas – Brasil enfrenta déficit de 174 mil vagas no sistema prisional

O Brasil enfrenta um ⁢déficit de 174.436 vagas no sistema carcerário, ​conforme⁣ divulgado no Relatório de Informações Penais (Relipen) do Ministério da Justiça e ​Segurança⁣ Pública⁢ (MJSP).‍ de janeiro a junho de 2024,⁤ a população carcerária totalizou 663.906 presos,‍ enquanto a capacidade ‍física das celas é limitada a 488.951 vagas. O relatório também detalha o​ perfil dos detentos, ⁢as ⁣condições do sistema prisional e dados sobre trabalho, estudo e ‌saúde dos encarcerados.

Déficit e ⁤superávit de vagas por estado

São Paulo lidera com o maior número de presos no ‍país,‌ contabilizando 200.178 detentos, seguido por Minas Gerais com 65.545 e Rio de Janeiro com 47.331 presos.Paraná aparece em quarto lugar com 41.612 encarcerados e Rio Grande do‌ Sul fecha o grupo dos cinco estados mais populosos nas⁣ prisões,⁢ com 35.721 pessoas privadas de liberdade.

Em contrapartida, os estados que apresentam menor número⁢ absoluto são Amapá (2.867), Roraima (3.126), Tocantins (3.738), Amazonas (5.069) e Alagoas (5.194).

Quanto ao déficit de vagas para abrigar‌ essa população carcerária:

  • São Paulo possui um déficit​ expressivo de 45.979 vagas;
  • Minas Gerais apresenta falta de ⁢ 19.834 espaços;
  • Rio de‍ Janeiro tem escassez em torno de ‍ 15.797 lugares;
  • Pernambuco registra déficit⁤ próximo a 12.646 vagas;
  • Paraná conta com‌ uma insuficiência estimada em 11.325 locais.

Por outro lado,alguns estados‌ apresentam⁣ superávit na oferta:

  • Rio Grande ‌do Norte dispõe excedente em 1.601 ⁤vagas;
  • Maranhão tem ⁢superávit equivalente a 514 espaços;
  • Mato Grosso conta com sobra para mais 132 detentos;
  • Tocantins possui leve superávit ‍em torno das 19 vagas.

Perfil da população carcerária

O relatório revela que quase toda a população presa é composta por homens – são‍ exatamente⁣ 634 mil homens, contra cerca de 28 mil mulheres, destas⁤ últimas incluindo gestantes (212) e lactantes (117) atualmente custodiadas nas unidades prisionais brasileiras.

Além disso, há registro da presença dos filhos⁢ das presas: pelo menos​ 119 crianças estão alojadas dentro dessas unidades, evidenciando ‍desafios sociais específicos desse grupo.

No que diz respeito aos ​regimes prisionais:

  • Presos provisórios somam aproximadamente ⁤ 183 mil pessoas, sendo maioria masculina ‍(174 mil‌ homens) frente às mulheres (9 mil presas provisórias);
  • Regime fechado abriga⁢ cerca de 360 mil indivíduos, entre eles​ mais⁢ da‍ metade são homens (346 mil) contra pouco⁣ mais que quatorze mil⁤ mulheres; ‍
  • No regime semiaberto estão‍ quase cem mil detentos masculinos (108 mil) junto às quase cinco mil mulheres nessa condição;
  • Já o sistema aberto mantém ‍pouco menos que cinco mil presos ativos – majoritariamente homens também.

Monitoramento eletrônico cresce

Outro dado relevante aponta para o uso‍ crescente da tornozeleira eletrônica: atualmente monitoram-se eletronicamente cerca‌ de 105 mil presos, enquanto aqueles cumprindo prisão domiciliar sem⁢ esse equipamento aumentaram em 14% nos últimos‍ seis​ meses – passando de aproximadamente 100 para‍ mais de115mil pessoas até junho deste ano.

Trabalho ⁤e ‌educação dentro das prisões

no campo laboral foram identificados cerca de 158mil reeducandos exercendo​ algum tipo atividade profissional ⁤vinculada à agricultura ​rural ou industrialização artesanal dentro ou fora das unidades prisionais – destes trabalhadores internos somam-se perto dos130mil casos ⁣registrados; já os externos ultrapassam os vinte oito milhares envolvidos ⁤diretamente nessas funções laborativas diversificadas.

Na área educacional há destaque ⁣para os quase119mil‌ internos matriculados formalmente nos níveis alfabetização até ensino superior ‌ou técnico regularizado acima das oitocentas horas-aula exigidas⁢ pela⁢ legislação vigente brasileira.
A maior parte frequenta o ensino basic presencialmente ou via‍ educação​ à distância -‌ EaD -,totalizando mais cinquenta sete milhares alunos nessa ⁢etapa escolar.
Em seguida aparecem aqueles cursando ensino médio – ⁤trinta sete milhares -,‍ depois alfabetização básica – quase vinte milhares -, ensino superior – três milhões quatrocentos sessenta sete estudantes -, além daqueles matriculados nos cursos técnicos profissionalizantes somando quinze centenas.
Ainda‍ segundo o documento oficial existem disponíveis nas penitenciárias brasileiras aproximadamente um milhão setecentos sessenta três ​livros distribuídos entre as bibliotecas internas.
Também chama atenção ⁢que trinta dois⁤ milhares realizam simultaneamente atividades laborais combinadas ao estudo formal.

Saúde, deficiência‍ e documentação

Até junho deste ano foram contabilizados nove mil quatrocentos vinte quatro presos portadores algum tipo deficiência física ou mental – destes‌ nove⁢ milhões cinquenta oito são homens enquanto trezentas sessenta seis mulheres se enquadram nesse⁤ quadro especial; destacando-se⁤ ainda quinhentos sessenta sete cadeirantes entre ambos os sexos custodiados⁢ no sistema prisional nacional.

Outro ponto preocupante refere-se à documentação pessoal: nada menos que quarenta ‌cinco milhares seiscentos vinte oito reclusos não possuem qualquer ‍documento oficial‌ válido.
Além disso ⁣existem dois ‌milhares seiscentos dez estrangeiros encarcerados no país sendo muitos‌ deles ⁢sem informações ⁣claras sobre sua nacionalidade exata.

Doenças transmissíveis ​afetam parcela significativa dessa população: trinta ⁣milhares cento cinquenta seis casos confirmados incluem enfermidades como aids/hiv,sífilis,tuberculose,hanseníasee hepatite⁤ viral crônica.

Entre janeiroe junho foram registradosum‌ total demilessessentoseis ​óbitosentrepresidiários brasileiros.A maioria desses falecimentos decorreu decausas relacionadasàsaúde(747); outros ⁣cem‍ tiveramorigem criminal;trinta doisforam acidentaisecemoitoumdesconhecidacausa.Foi registrado aindaum número significativo desuicídios(84).

Conclusão

Os dados apresentados pelo Relipen revelam desafios estruturais profundos enfrentados pelo sistema penitenciário⁣ brasileiro quanto à capacidade física insuficiente aliada às necessidades específicas relacionadas ao ​perfil populacional preso,evidenciando urgência na ampliação ⁢tanto da infraestrutura quanto na oferta qualificada serviços ‌assistenciais como saúde,trabalho educação.O⁢ cenário reforça importância do acompanhamento constante dessas informações⁣ para formulação políticas públicas eficazes ​voltadas à reintegração social desses indivíduos.

Acompanhe as atualizações da matéria e ‌outras ⁢reportagens relevantes no ‌Portal Notícias do Amazonas e fique sempre bem informado com ​as notícias de Manaus e região!

ARTIGOS RELACIONADOS

Mais populares