Internos do Centro Socioeducativo Dagmar Feitoza participaram do Projeto pupa, uma iniciativa realizada pela produtora, diretora e atriz Bitta Tikuna Catão em parceria com a Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE). O projeto aconteceu entre maio e novembro deste ano e teve como objetivo utilizar a arte para promover transformação social entre os jovens atendidos pela unidade.Projeto Pupa: arte como instrumento de transformação
O Projeto Pupa foi desenvolvido ao longo de cinco meses com oficinas semanais que abordaram diferentes linguagens artísticas, incluindo música, teatro, preparação corporal e mobilidade. Essas atividades foram realizadas às sextas-feiras das 9h às 11h, proporcionando uma formação diversificada aos participantes. A iniciativa contou com o envolvimento direto de 10 socioeducandos na montagem da peça teatral intitulada “Esperança”, apresentada no Teatro Gebes Medeiros no final de novembro.
Oficinas e processo criativo
Bitta Tikuna explicou que o projeto surgiu após assistir a uma reportagem sobre o programa “Ensina-me a Sonhar” e conversar com representantes da DPE.A partir desse contato, ela foi convidada para ministrar uma palestra aos adolescentes.Em seguida, propôs oficinas artísticas que culminassem em um espetáculo teatral protagonizado pelos próprios jovens. Apesar dos desafios enfrentados durante o processo, os participantes demonstraram interesse constante até a conclusão do trabalho.
A peça “Esperança” retrata as experiências vividas pelos adolescentes dentro do Centro Socioeducativo Dagmar Feitoza e simboliza seu processo de mudança por meio da metáfora da pupa – estágio pelo qual alguns insetos passam antes da transformação completa. Inicialmente 21 jovens participaram das atividades; entretanto, alguns deixaram o projeto ao cumprirem suas medidas socioeducativas.
Equipe multidisciplinar e apoio técnico
O sucesso do projeto também se deve à colaboração técnica oferecida pelo diretor do centro Antônio Juracy e pelo defensor geral Rafael Barbosa. Além disso, profissionais como a produtora Yasmin Catão, a diretora musical Regina Santos e o gaffer/cenógrafo Sérgio Bronzo integraram a equipe responsável pela produção artística.
Sérgio Bronzo teve papel essential na iluminação cênica da peça por meio da sua empresa Bronzo’s Filmes. Conhecido por trabalhos em produções audiovisuais relevantes no cenário nacional – incluindo séries lançadas na Amazon Prime – ele contribuiu para ampliar as perspectivas profissionais dos adolescentes além das artes cênicas tradicionais.
Arte como ferramenta socializadora
No dia da apresentação teatral, um vídeo gravado especialmente pelo ator Matheus Nachtergaele reforçou a importância da arte para os socioeducandos. O artista destacou que o teatro é capaz de ensinar valores humanos essenciais enquanto proporciona alegria aos envolvidos no processo criativo.
Bitta Catão complementou essa visão ressaltando que além de ser uma profissão possível para esses jovens, a arte funciona como um resgate emocional, ajudando-os a superar dificuldades pessoais através do audiovisual ou outras expressões artísticas.
“Levei para eles não só conhecimento técnico mas também esperança real de mudança”, afirmou Bitta ao destacar as oportunidades geradas pelo mundo artístico dentro desse contexto vulnerável.
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