A Biblioteca Braille do Amazonas tem um importante papel na integração da vida social,cultural,educacional e profissional das pessoas com deficiência visual. Nesta reportagem, destacamos a trajetória do Sistema Braille, seus impactos e a atuação da biblioteca em Manaus, que oferece recursos e oportunidades para inclusão e acessibilidade. A data de 4 de janeiro marca o Dia Mundial do Braille, celebrando os 200 anos do sistema criado por Louis braille, cuja história é contada por gilson Mauro, gerente da instituição.
História e importância do Sistema Braille
O Sistema Braille completa duas décadas de existência, resultado da superação de Louis Braille, um menino francês que perdeu a visão aos cinco anos, na cidade de Coupvray, próxima a Paris. Aos 10 anos, ele ingressou no Instituto Real das Crianças Cegas da França, onde conheceu Charles Barbier, inventor da sonografia sonora. Inspirado por essa ideia, Louis desenvolveu em 1825 o sistema de seis pontos que revolucionou a alfabetização das pessoas cegas.
Após sua morte em 1852, o sistema foi oficialmente adotado pela França em 1854 como método exclusivo para leitura e escrita de deficientes visuais. Em 1878, a Unesco reconheceu o Braille como padrão mundial para alfabetização dessa população. Gilson Mauro destaca a universalidade do legado: “O que eu escrevo aqui, posso escrever em qualquer lugar. A minha emoção é a mesma de qualquer cego no mundo“.
A atuação da Biblioteca Braille do Amazonas
Desde 2000, Gilson Mauro gerencia a Biblioteca Braille do Amazonas, que possui um acervo com mais de 50 mil obras, incluindo livros digitalizados, falados, em Braille e filmes com audiodescrição. O espaço conta ainda com estúdios de gravação, máquinas de escrever em Braille, computadores adaptados, impressoras em Braille, scanners de voz e lupas eletrônicas.
A biblioteca é reconhecida por seu trabalho cultural e inclusivo, tendo recebido prêmios regionais e nacionais. Para Gilson, o sistema Braille representa liberdade e igualdade, permitindo que as pessoas com deficiência visual conheçam o mundo por meio do tato. Ele relembra sua infância marcada pela leitura dos livros de Monteiro lobato, que o emocionaram profundamente.
Recursos e atividades culturais
Além do acervo diversificado,a biblioteca promove atividades culturais que estimulam a participação social das pessoas cegas. O espaço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, no Centro de Convenções – Sambódromo, em Manaus, com o objetivo de integrar e incluir os usuários em diferentes áreas da vida.
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O Sistema Braille é fundamental para garantir o acesso à informação e à comunicação plena das pessoas com deficiência visual. Um exemplo dessa transformação é Gabrielly braz, jovem atendida pela biblioteca, que aprendeu a ler em Braille aos 9 anos e hoje desfruta da autonomia para ler embalagens e participar ativamente em sua comunidade.
Gabrielly destaca os avanços proporcionados pelo sistema em sua vida social, como a leitura em eventos religiosos, apresentações teatrais e participação em peças escolares. essas experiências reforçam a importância da biblioteca como espaço de inclusão e desenvolvimento pessoal.
A Biblioteca Braille do Amazonas é uma referência no estado para promover acessibilidade e ampliar as oportunidades das pessoas com deficiência visual em Manaus. Seu trabalho contribui diretamente para melhorar as condições de vida, estudo e convivência dessa parcela da população.
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