A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, prioridade do brasil na presidência temporária do G20, tem potencial para beneficiar 500 milhões de pessoas até 2030 por meio de programas de transferência de renda e sistemas de proteção social em países com baixa e média baixa renda. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (15), durante o evento G20 Social, realizado no Rio de Janeiro.
Aliança Global: metas e compromissos para 2030
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e combate à Fome, Wellington Dias, destacou os Sprints 2030, um conjunto emergencial de medidas iniciais da Aliança Global voltadas ao combate à insegurança alimentar. Segundo ele, o nome sprint – que significa corrida – reflete a urgência das ações. “Precisamos correr”, afirmou Dias ao participar da sessão plenária sobre o tema.O ministro ressaltou que é essential não apenas ensinar habilidades às pessoas em situação vulnerável – “dar o anzol” – mas também garantir alimento imediato para quem enfrenta fome. Ele enfatizou: “Com fome não se aprende, não se tem resultado adequado na educação nem se busca emprego.”
A referência ao ano 2030 está alinhada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 2 das Nações Unidas, que visa acabar com a fome globalmente até essa data.
Alcance inicial da aliança e participação internacional
Durante a reunião preparatória para a cúpula do G20 marcada para os dias 18 e 19 no Rio de Janeiro, espera-se que chefes de Estado aprovem formalmente os termos da Aliança global. Até agora, já são 41 países, além de 13 organizações internacionais públicas, instituições financeiras e 19 grandes entidades filantrópicas comprometidos com uma série inicial de medidas que compõem o Sprint 2030.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), entre 713 milhões e 757 milhões pessoas enfrentaram fome em 2023 – cerca de uma em cada onze no mundo inteiro; na África esse índice sobe para uma em cada cinco.
Expectativas concretas
- Ampliação das merendas escolares nutritivas beneficiando mais 150 milhões crianças;
- Programas focados na saúde materna e primeira infância alcançando mais 200 milhões mulheres e crianças até seis anos;
- Iniciativas socioeconômicas visando incluir outras 100 milhões pessoas.
Embora ainda não haja estimativa total dos recursos financeiros envolvidos na aliança, destaca-se o aporte adicional anunciado pelo banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no valor aproximado US$ 25 bilhões (cerca R$ 140 bilhões). O Banco Mundial também será parceiro estratégico oferecendo recursos reembolsáveis com juros baixos ou fundos não reembolsáveis.
Países do Sul Global – especialmente africanos e sul-americanos – lideram as iniciativas reforçadas contra a fome; há ainda contribuições confirmadas por Alemanha, França e Reino Unido. Sobre Estados Unidos e Argentina ainda há negociações abertas quanto à adesão formal à aliança internacional.
Cooperação internacional além da ajuda financeira
A Aliança Global vai além da simples transferência financeira ou entrega direta alimentos aos países necessitados. Trata-se também do compromisso dos países membros em combater internamente suas próprias desigualdades alimentares enquanto compartilham experiências bem-sucedidas globalmente.
Wellington Dias explicou que cada país deve elaborar seu plano nacional soberano contra fome and pobreza; alguns poderão colaborar financeiramente ou tecnicamente com outros países menos desenvolvidos conforme sua capacidade econômica.Estima-se que cerca de setenta dos cento noventa três membros das nações Unidas tenham condições estruturais suficientes para ajudar os demais nesse esforço coletivo.
Daniel Balaban representante do Programa Mundial Alimentar (PMA) no Brasil classificou este momento como histórico: “Não podemos perder esta oportunidade única”. ele reforçou que as ações visam levar políticas públicas sustentáveis capazes promover desenvolvimento social duradouro nos países afetados pela miséria extrema.
Financiamento como pilar essencial
Balaban destacou ser impossível combater efetivamente a fome sem financiamento adequado: bancos multilaterais estão mobilizando recursos específicos destinados às políticas sociais nos países emergentes.
G20 Social: articulação entre sociedade civil organizada
O evento G20 Social ocorreu entre os dias 14 a16 no Boulevard Olímpico na zona portuária carioca reunindo representantes governamentais junto à sociedade civil organizada como movimentos sociais sindicatos ONGs buscando aproximar demandas populares às decisões oficiais durante presidência brasileira temporária no grupo econômico mundial.Nos próximos dias ocorrerá reunião decisiva dos líderes mundiais onde será apresentado documento final refletindo prioridades sociais levantadas durante esses encontros.
Composição estratégica do G20
formado por dezenove países incluindo Brasil China Estados unidos União Europeia União Africana representa aproximadamente:
-85% da economia mundial
-75% comércio global
-Dois terços população planetária
Essa representatividade confere peso político importante às decisões tomadas nas reuniões deste grupo.
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