Quatro advogados foram presos em Manaus durante a Operação Roque, desdobramento da Xeque-Mate, por atuarem no núcleo jurídico do Comando vermelho (CV). Segundo a Polícia Federal (PF), eles utilizavam o acesso profissional aos presídios para repassar ordens, dinheiro e informações entre líderes da facção presos e membros em liberdade. A ação ocorreu nesta quinta-feira (6) e amazonas-flavio-bolsonaro-minimiza-plano-de-assassinato-contra-lula/” title=”Notícias do … – Flávio Bolsonaro minimiza plano de assassinato contra Lula”>teve como objetivo desarticular a comunicação interna do grupo criminoso no Amazonas.
Atuação dos advogados na estrutura do Comando Vermelho
De acordo com as investigações da PF, os quatro advogados – Alisom Joffer Tavares Canto de Amorim, Gerdeson Zueriel de Oliveira Menezes, Janai de Souza Almeida e Ramyde Washington Abel Caldeira Doce Cardozo – desempenhavam papel fundamental na manutenção das operações do CV. Eles usavam as prerrogativas da advocacia para facilitar o envio de ordens e bilhetes dentro dos presídios, além de movimentar dinheiro entre os chefes encarcerados e os integrantes que atuam nas ruas.
Lavagem de dinheiro e logística
Além das comunicações internas, esses profissionais também eram responsáveis pela lavagem de dinheiro proveniente das atividades ilícitas da facção. Outro ponto importante era a coordenação logística para o transporte de drogas vindas da Colômbia. A organização ainda contava com eles para planejar represálias contra grupos rivais em diferentes estados brasileiros.
Ligação direta com liderança estadual
O grupo investigado possui ligação direta com Alan Sérgio Martins Batista, conhecido como Alan do Índio. Ele é apontado como chefe do Comando Vermelho no Amazonas e um dos 13 conselheiros nacionais da facção criminosa. Atualmente foragido, Alan utiliza identidades falsas e passou por cirurgias plásticas para dificultar sua captura pelas autoridades policiais.
Prisões e apreensões realizadas
Durante a Operação Roque foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva contra os advogados suspeitos. Além disso, cinco mandados de busca foram executados em residências e escritórios profissionais localizados em Manaus.Foram apreendidos valores em dinheiro vivo, veículos automotores, documentos diversos e equipamentos eletrônicos que passarão por perícia detalhada.
Acompanhamento institucional
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Amazonas (OAB-AM) acompanhou toda a operação policial nas dependências locais.A entidade informou que está apurando possíveis violações às prerrogativas profissionais durante o cumprimento dos mandados judiciais.
Objetivos estratégicos da Operação Roque
A principal finalidade dessa ação é interromper as linhas comunicacionais entre líderes presos do Comando Vermelho com seus membros fora das unidades prisionais. O intuito é enfraquecer o sistema hierárquico que mantém o controle sobre pontos estratégicos ligados ao tráfico no estado do Amazonas – uma rede que se estende inclusive para outros estados brasileiros e países sul-americanos.
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