O Palácio Rio Branco,importante patrimônio histórico localizado no Centro de Manaus,enfrenta um preocupante processo de abandono e deterioração.Construído entre 1905 e 1938, o edifício já foi sede da Assembleia legislativa do amazonas (ALEAM) e abrigou diversos órgãos públicos. No entanto, atualmente sofre com a falta de manutenção adequada e políticas públicas eficazes para sua preservação. A situação tem gerado críticas sobre a gestão do espaço, que corre risco de perder seu valor cultural e arquitetônico.
Histórico do Palácio Rio Branco
O Palácio Rio Branco é uma das principais referências arquitetônicas da paisagem histórica de Manaus. Localizado na Praça Dom Pedro II, o prédio foi idealizado para ser a sede da antiga Chefatura de Polícia, mas acabou inaugurado em 1938 pelo governador interventor Álvaro Botelho Maia para uso provisório pelo Tribunal de Contas do Estado. Posteriormente ficou sob responsabilidade da ALEAM.
em 1968 houve uma recuperação significativa promovida pelo governo Danilo Areosa que restaurou parte da beleza original do edifício. entre os anos 1963 e 1972, enquanto a Assembleia Legislativa ocupava salas no Instituto de Educação do Amazonas (IEA), o Palácio ficou parcialmente desocupado até que em 1971 voltou a ser utilizado pela ALEAM por mais três décadas.
Uso recente e problemas atuais
Após a transferência das atividades legislativas em 2006 para um novo complexo na Avenida Mário Ypiranga, o Palácio passou a abrigar diferentes órgãos públicos municipais como um anexo administrativo durante a gestão do prefeito Arthur Neto e também sediou o Conselho Municipal de Cultura – Concultura.
No entanto, conforme apontado pelo jornalista Juscelino Taketomi em reportagem publicada em 2025 no Jornal Em Tempo, os gestores municipais responsáveis pela administração atual demonstraram incompetência na conservação do prédio. O resultado é uma crescente deterioração física acompanhada por saques frequentes nos espaços internos. O prédio anexo ao palácio sofreu ainda maior decadência.
Desafios para preservação
É urgente destacar que esse cenário reflete um problema mais amplo enfrentado pelos patrimônios históricos em Manaus: abandono prolongado aliado à ausência ou ineficácia das políticas públicas voltadas à conservação cultural. Essa negligência ameaça não só as estruturas físicas como também compromete a memória coletiva e identidade cultural local.
Pensando nisso foi proposta uma iniciativa cultural consistente visando transformar o Palácio Rio Branco num Museu de Geociências dedicado à valorização dos recursos naturais amazônicos – projeto apoiado por profissionais das áreas acadêmicas e culturais locais.
Contudo essa proposta vem sendo ameaçada pela concessão recente desse espaço para uma ONG chamada Instituto Doimo com planos voltados à instalação comercial – loja de móveis – além da realização eventos ligados ao empreendedorismo empresarial; decisão esta criticada por especialistas preocupados com os rumos dados ao patrimônio histórico manauara.
Conclusão: preservação ou descaracterização?
Diante desse quadro fica claro que há necessidade urgente por decisões governamentais transparentes que priorizem a preservação histórica, garantindo uso público adequado ao valor simbólico-cultural do Palácio Rio Branco dentro do contexto urbano manauense.
A população deve ser consultada sobre qual destino melhor atende aos interesses coletivos: manter este ícone arquitetônico como espaço museológico dedicado às geociências amazônicas ou permitir sua transformação comercial sem vínculos claros com sua história?
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