terça-feira, novembro 18, 2025
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Lula sanciona Lei que proíbe linguagem neutra no governo

Nova legislação cria Política Nacional de Linguagem Simples e impede uso de flexões neutras em textos oficiais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou uma lei que proíbe o uso de linguagem neutra na elaboração de textos de órgãos e entidades da administração pública de todos os entes federativos.

O dispositivo integra a Lei nº 15.263, que institui a Política Nacional de Linguagem Simples para o governo. A nova legislação foi publicada na edição de segunda-feira (17) do Diário Oficial da União.

Segundo o artigo 5º da lei, a administração pública não poderá “usar novas formas de flexão de gênero e de número das palavras da língua portuguesa” na redação de textos dirigidos aos cidadãos.

O que é linguagem neutra

A chamada linguagem neutra consiste, basicamente, na adaptação do gênero em palavras. Em vez de dizer “todos”, por exemplo, poderia ser utilizado “todes” ou “todxs”. Segundo o linguista da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Luiz Carlos Schwindt, trata-se de uma “tentativa de uso inclusivo” da língua.

A lei reforça que a administração pública deve “não usar novas formas de flexão de gênero e de número das palavras da língua portuguesa, em contrariedade às regras gramaticais consolidadas, ao Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) e ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, promulgado pelo Decreto nº 6.583, de 29 de setembro de 2008” — trecho do inciso XI do artigo 5º da Política Nacional de Linguagem Simples.

Uso no governo e debate público

No início do atual mandato de Lula, a palavra “todes” chegou a ser usada pela primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, pelo então ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e por cerimonialistas em eventos do governo.

Essa variação não faz parte das normas oficiais da língua portuguesa. No entanto, vem sendo utilizada como pronome neutro para se dirigir a pessoas não binárias — que não se identificam exclusivamente com o gênero masculino ou com o feminino.

Além de vedar a linguagem neutra, a lei estabelece parâmetros para tornar os comunicados do governo mais simples e acessíveis à população. As orientações incluem escrever frases curtas e usar palavras comuns, de fácil compreensão.

O texto também prevê que, em comunicados às comunidades indígenas, além da versão em língua portuguesa, “deverá ser publicada, sempre que possível, versão na língua dos destinatários”.

Princípios da nova política

A Política Nacional de Linguagem Simples adota os seguintes princípios:

foco no cidadão;

transparência;

facilitação do acesso dos cidadãos aos serviços públicos;

facilitação da participação popular e do controle social pelo cidadão;

facilitação da comunicação entre o poder público e o cidadão;

facilitação do exercício do direito dos cidadãos.

(*) Com informações da CNN Brasil

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