Escolha foi comunicada pessoalmente pelo presidente e seguirá para análise do Senado antes da nomeação definitiva ao STF
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu, nesta quinta-feira (20), oficializar a indicação de Jorge Messias, atual chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), para assumir a cadeira deixada pelo ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão encerra semanas de expectativa, já que o nome de Messias vinha sendo tratado nos bastidores como a escolha mais provável do governo.
A confirmação foi feita após uma reunião reservada entre Lula e o agu-refuta-declaracoes-de-nikolas-ferreira-sobre-irregularidades-no-inss/” title=”Ministro da … refuta declarações de Nikolas Ferreira sobre irregularidades no INSS”>advogado-geral no Palácio da Alvorada, realizada fora da agenda pública. Pessoas próximas ao presidente afirmam que o encontro serviu para alinhar detalhes antes do anúncio formal, previsto ainda para esta quinta.
A agenda presidencial será intensa nos próximos dias, com compromissos em São Paulo e embarque subsequente para a África do Sul, onde Lula participará da Cúpula do G20. Agora, a indicação segue para análise do Senado, etapa obrigatória antes da nomeação oficial ao Supremo.
Quem é o indicado de Lula para o STF
A trajetória de Jorge Rodrigo Araújo Messias, pernambucano de Recife, está intrinsecamente ligada ao serviço público federal. Nascido em 25 de fevereiro de 1980, ele construiu carreira em áreas estratégicas do governo ao longo das duas últimas décadas. Formou-se em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em 2003 e, anos depois, aprofundou sua formação acadêmica na Universidade de Brasília (UnB), onde concluiu o mestrado em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional, em 2018, e o doutorado, em 2024, com uma tese dedicada ao papel da AGU e das estruturas de governança em cenários de risco global.
Messias ingressou em 2007 na carreira de Procurador da Fazenda Nacional, uma das áreas técnicas que compõem a estrutura da AGU. Atuou em órgãos como o Banco Central, o BNDES e diversos ministérios, prestando assessoria jurídica em políticas públicas de grande complexidade. Também foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil durante o governo Dilma Rousseff, onde ganhou reconhecimento pela atuação técnica e pela postura reservada.
Em janeiro de 2023, foi nomeado advogado-geral da União por Lula, após ter sido o mais votado na lista apresentada pelas entidades representativas da carreira. Seu nome, porém, já era conhecido nacionalmente desde 2016, quando o apelido “Bessias” circulou em áudios da Operação Lava Jato. O episódio foi usado politicamente para impedir a nomeação de Lula para a Casa Civil à época, e mais tarde se revelou central no debate sobre abusos da operação. A situação o colocou involuntariamente no centro da crise política daquele período e, ao mesmo tempo, reforçou sua imagem de servidor discreto, leal e de perfil técnico.
A indicação ao Supremo agora representa o ponto mais alto da carreira de Messias. Caso aprovado pelo Senado, ele assumirá uma posição estratégica na mais alta Corte do país, influenciando decisões que moldarão os rumos políticos, jurídicos e institucionais do Brasil nos próximos anos.
