Nesta terça-feira (2), o presidente Lula (PT) conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma ligação de 40 minutos. O diálogo abordou temas relacionados à segurança pública,comércio e tarifas entre Brasil e EUA. Lula destacou a importância da cooperação bilateral no combate ao crime organizado e avaliou positivamente a decisão americana de retirar a tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros como carne, café e frutas.
Diálogo entre Brasil e EUA sobre segurança e comércio
Durante a conversa, Lula ressaltou as recentes operações do governo federal para enfraquecer financeiramente as organizações criminosas no país, apontando que algumas dessas facções possuem ramificações internacionais. O presidente Trump manifestou total disposição para colaborar com o Brasil em iniciativas conjuntas contra essas organizações ilegais.
Além disso,os dois líderes discutiram questões econômicas relevantes para ambos os países. Lula elogiou a retirada da sobretaxa aplicada pelos EUA em diversos produtos brasileiros e cobrou uma revisão das demais tarifas que ainda incidem sobre exportações nacionais. Ele reforçou o compromisso do Brasil em acelerar as negociações comerciais visando avanços rápidos.
Os presidentes concordaram em retomar as conversas brevemente para avaliar os progressos nas ações bilaterais relacionadas à segurança pública e ao comércio exterior.
Operação antidrogas dos EUA no Caribe
No contexto regional, destaca-se que desde agosto os Estados Unidos mantêm uma operação antidrogas na região do Caribe envolvendo navios militares, caças e milhares de soldados. A Venezuela tem criticado essa ação alegando que seu objetivo seria desestabilizar o regime local – acusações negadas pelos americanos.
Em novembro, durante contato telefônico com Nicolás Maduro, Trump teria rejeitado pedidos feitos pelo governo venezuelano enquanto aumentava a pressão dos EUA sobre Caracas.
Tarifas comerciais brasileiras ainda são pauta
Na mesma ligação com Trump, Lula voltou a enfatizar que existem outros produtos brasileiros sujeitos às tarifas americanas que precisam ser negociados para facilitar o comércio bilateral. Essa questão é vista como prioridade pelo governo brasileiro na busca por um ambiente econômico mais favorável às exportações nacionais.
Paralelamente aos temas econômicos e de segurança internacional tratados na conversa presidencial está um relatório recente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).O documento aponta interferências externas combinadas à atuação do crime organizado como riscos significativos ao processo eleitoral previsto para 2026 no país.
Impacto das operações policiais internas
O combate ao crime ganhou destaque após uma grande operação policial realizada no Rio de Janeiro ter resultado em 121 mortes. Esse episódio gerou tensão política entre o governador Cláudio Castro (PL) e o governo federal liderado por Lula devido à suposta falta de apoio suficiente aos estados na área da segurança pública.
Em resposta às críticas estaduais, o Executivo acelerou projetos legislativos voltados à área pela gestão petista junto ao Congresso Nacional.
Debates internos: PEC da Segurança Pública e PL Antifacção
Do ponto de vista legislativo nacional há discussões acirradas envolvendo propostas importantes:
- PEC da Segurança Pública: apresentada pelo ministro Ricardo Lewandowski visa centralizar diretrizes federais obrigatórias aos estados quanto às políticas públicas nessa área; porém enfrenta resistência significativa dos governadores.
- PL Antifacção: tornou-se foco de embates políticos após modificações feitas pelo relator Guilherme Derrite (PP-SP), ex-secretário licenciado ligado ao atual secretário Tarcísio de freitas; divide opiniões entre governo federal e oposição quanto aos seus efeitos práticos.
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