quinta-feira, junho 26, 2025
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Líder indígena é investigado por assédio sexual e fraude no AM

Um grave caso de assédio sexual mediante fraude envolvendo um servidor público federal está mobilizando a polícia no município de Atalaia do Norte, no Alto Solimões (AM). O acusado é Adelson da Silva Saldanha, conhecido como Kora Kanamari, ex-vereador e atual coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) do Vale do Javari.

Segundo o boletim de ocorrência registrado em 13 de junho, uma mulher de 32 anos procurou a 50ª Delegacia de Polícia Civil de Atalaia do Norte para denunciar Kora por assédio sexual e fraude durante um suposto processo de contratação para a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI).

Relato da vítima

De acordo com o relato da vítima, o assédio começou durante uma conversa presencial com Kora, quando ele teria afirmado: “O emprego já é seu, mas eu sou a fim de você.”

Propostas indecorosas

Após o primeiro encontro, o acusado teria mantido contato com a vítima por meio do aplicativo WhatsApp, onde passou a fazer propostas sexuais explícitas. Conforme o boletim, Kora pediu fotos íntimas e vídeos da mulher, alegando que isso fazia parte de um “procedimento de contratação”, configurando tentativa de fraude e abuso de poder.

Ainda segundo a denúncia, ele teria arcado com os custos de uma viagem da vítima até o município de Tabatinga (AM), sob o pretexto de concluir o processo seletivo. Ao chegar à cidade, ela foi levada ao Hotel Takama, onde passou a noite com o acusado.

Esposa descobre a situação

Na manhã seguinte, a situação tomou um rumo ainda mais constrangedor: a esposa de Kora teria invadido o quarto do hotel, recolhido os pertences da vítima e a trancado no banheiro. Após o episódio, o acusado enviou uma mensagem à mulher dizendo: “Vou pedir sua demissão imediata. Minha família em primeiro lugar, você deve entender isso.” Em seguida, ele bloqueou a vítima de todos os meios de contato.

Investigação em andamento

O caso está sendo investigado pelo delegado Weslei Zarate Morais. A denúncia foi formalizada com apoio do advogado Ronaldo Caldas da Silva Maricaua e registrada pelo escrivão ad hoc Saulo Joebert Mestancio dos Santos.

A Polícia Civil agora apura se houve abuso de autoridade e violação dos deveres funcionais do servidor público, além de violência sexual mediante fraude. A SESAI ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.

Nota

Por meio de nota, Adelson da Silva Saldanha veio a público esclarecer que foi injustamente acusado de violência sexual. Ele afirma que o inquérito instaurado foi arquivado por falta de provas, o que confirma sua inocência. Adelson também declara que as notícias que ainda associam seu nome ao caso são falsas e informa que está tomando medidas judiciais contra os responsáveis por essas calúnias.

“Venho a público, com respeito e responsabilidade, esclarecer os fatos a respeito das acusações infundadas que vêm sendo divulgadas contra a minha pessoa.

Fui injustamente citado em um boletim de ocorrência registrado por Viviane Almeida da Silva, que me atribuiu a suposta prática de violência sexual mediante fraude.

Diante dessas alegações, um inquérito foi devidamente instaurado para investigação dos fatos. Após análise criteriosa pelas autoridades competentes, o inquérito foi arquivado por falta de provas, o que comprova que não houve qualquer prática de crime da minha parte.

É importante frisar que as notícias que ainda circulam na tentativa de vincular meu nome a condutas criminosas são falsas e não refletem a verdade. Não há qualquer evidência que sustente as acusações, e a Justiça já reconheceu isso ao determinar o arquivamento do caso.

Informo, também, que estou adotando todas as medidas judiciais cabíveis contra aqueles que estão divulgando mentiras e atacando minha honra de forma leviana e mal-intencionada. Não aceitarei que minha trajetória de dedicação ao serviço público e à causa indígena seja manchada por calúnias.

Reitero meu compromisso firme e inabalável com a defesa dos povos indígenas, dos mais vulneráveis e com os princípios éticos que sempre nortearam minha atuação como servidor público.

Sigo em paz, confiante na verdade e na Justiça”.

Leia mais: Professor é preso por assédio e perseguição a adolescente no AM

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