terça-feira, novembro 4, 2025
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Licitação para 2ª fase da Usina de Enriquecimento de Urânio ocorrerá em 2025

O‍ presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Carlos Freire Moreira, anunciou que no segundo ⁤semestre de 2025 será realizada a licitação para contratar a empresa responsável pela construção do segundo​ módulo da Usina de Enriquecimento Isotópico de⁢ Urânio, localizada na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN) em⁢ resende, Rio de ‌Janeiro. Denominada Usina‍ comercial de Enriquecimento‌ de Urânio (UCEU), ‍essa instalação utiliza tecnologia nacional desenvolvida pela ⁤Marinha do Brasil em​ parceria com o Instituto de ‌Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). A⁣ expectativa é que as primeiras cascatas dessa nova fase comecem a operar em 2028.

Expansão da Usina e Produção das Ultracentrífugas

O projeto básico para a infraestrutura​ da segunda etapa da usina deve ⁤ser concluído entre um ano e meio e dois anos.‍ Segundo Moreira, as primeiras ​das 30 novas cascatas de ​ultracentrífugas começarão ⁢a produzir​ urânio enriquecido já em 2028.Ele⁣ destaca que “à medida ‌que vão sendo incorporadas, as ultracentrífugas ‌entram imediatamente em operação”. A construção e instalação desses equipamentos são responsabilidade da Marinha do Brasil, mas o​ presidente da INB pretende colaborar na fabricação industrial‌ dessas máquinas para aumentar sua produção.

participação conjunta‍ na fabricação

Moreira explica que enquanto a⁤ Marinha mantém o‌ foco ‌no desenvolvimento tecnológico das ultracentrífugas⁣ por meio do setor de ⁣pesquisa ⁤e desenvolvimento (P&D), a INB atuará na ‌ampliação da produção ‍industrial conforme os equipamentos forem sendo fabricados.

Caminho para Autossuficiência no Enriquecimento

A ‍primeira fase da usina foi finalizada no fim de 2022,‍ contando⁤ atualmente com dez cascatas operacionais destinadas⁤ ao enriquecimento isotópico ⁢do urânio.Esse material‍ é transformado em combustível nuclear pela INB e enviado à Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, localizada em Angra dos Reis⁣ (RJ), suprindo ⁢cerca de 70% das necessidades da usina angra 1. Desde sua inauguração inicial em⁣ 2006,​ essa tecnologia ‌colocou o Brasil entre os poucos países ⁤detentores ⁢desse conhecimento estratégico.

Projeções futuras

Com as‍ novas⁣ trinta ⁣cascatas‍ somando-se ⁤às ​dez ⁢existentes, espera-se alcançar autossuficiência total⁤ entre os anos de 2033‌ e 2035 para abastecer⁤ Angra 1 e Angra 2. Até aproximadamente 2039, quando ​todas as quarenta cascatas ⁣estiverem operando plenamente, será⁣ possível atender​ também ⁢à demanda prevista para Angra 3 – além disso haverá potencial ⁢para exportação dos excedentes.

Potencial Mineral Brasileiro: Minas Gerais ao Ceará

Carlos Freire Moreira ⁣destacou ainda planos ambiciosos relacionados à mineração nacional. A⁢ mina situada em Caetité (Bahia) retomou​ suas atividades recentemente após seis anos paralisada; atualmente produz cerca de​ 350 toneladas anuais mas pode dobrar​ esse volume graças à exploração promissora identificada por meio‌ das chamadas anomalias geológicas – áreas ricas em urânio – elevando eficiência atual inferior a 60% para ​mais‍ de85%,podendo chegar até 700 toneladas anuais.

Consórcio Santa ⁣Quitéria: novo polo ⁤mineral

Em parceria com a Galvani Fertilizantes foi criado o Consórcio​ Santa Quitéria visando explorar jazidas associadas contendo urânio e fosfato ⁣no município cearense homônimo. ⁣O investimento privado⁤ previsto ⁣ultrapassa ⁣R$ 2 bilhões⁣ com geração estimada direta ou indireta ⁢superior a cinco mil empregos. O empreendimento está sob⁤ processo licenciatório com previsão operacional⁢ já para 2026, abrindo caminho ao Brasil como exportador ⁣mundial desse minério estratégico.

Considerações finais sobre o ⁢ciclo produtivo ‍nuclear brasileiro

A INB atua integralmente dentro do chamado “ciclo do combustível nuclear”, abrangendo desde mineração até ⁤beneficiamento mineral; passando pelo enriquecimento​ isotópico; fabricação dos pós metálicos; confecção das pastilhas ⁤até entrega final‌ dos combustíveis ‍às ‍usinas nucleares brasileiras sob gestão pública vinculada à Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional‌ (ENBPar).

Esse ⁤avanço tecnológico reforça ⁣não apenas soberania energética nacional como também​ posiciona o país estrategicamente frente aos principais detentores globais dessa ⁤tecnologia ​complexa – considerando ainda suas reservas⁢ minerais significativas reconhecidas ⁣internacionalmente.

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