O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelou um aumento preocupante no desmatamento da Amazônia, conforme os dados do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter).em abril, houve um crescimento de 55% nos alertas de supressão florestal em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Essa informação foi divulgada nesta quinta-feira (8) e está gerando mobilização entre as autoridades federais.
Embora o período acumulado entre agosto do ano passado e abril deste ano tenha mostrado uma redução de 5% no desmatamento, o aumento significativo registrado recentemente acendeu um sinal vermelho para o governo. O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), João Paulo Capobianco, destacou a necessidade urgente de reavaliar as estratégias atuais para conter essa tendência alarmante.
“Estamos observando uma possível reversão na curva que indicava queda no desmatamento. O mês passado foi especialmente crítico devido ao aumento expressivo dos alertas. Por isso, convocamos uma reunião da comissão interministerial responsável pelo controle e combate ao desmatamento para discutir esses números detalhadamente”, afirmou capobianco durante entrevista à imprensa.
A meta é que até 31 de julho haja uma nova queda nos índices em relação ao ano anterior. Os dados mais recentes indicam que a maior parte dos alertas se concentrou nas regiões do Amazonas, Mato Grosso e Pará. Antes desse recente pico, a taxa geral já mostrava desaceleração com apenas 1% de diminuição entre janeiro e abril deste ano.A ministra Marina Silva enfatizou o compromisso governamental com a redução consistente e duradoura das taxas de desmatamento: “Estamos envolvendo 19 ministérios na coordenação das ações necessárias para monitorar esse aumento nas próximas semanas”. Ela também ressaltou que não se pode esperar até o fechamento anual das taxas para tomar medidas corretivas.
No Cerrado, os dados também são alarmantes: houve um incremento dos alertas em abril na ordem de 26%, comparado ao mesmo mês no ano passado; porém, desde agosto até agora há uma queda consistente aproximada de 25%. No Pantanal, por outro lado, os registros apontaram uma diminuição impressionante nos alertas — cerca de 77% — sem nenhum foco ativo identificado.
Após a reunião da Comissão Interministerial Permanente sobre Desmatamento, foram aprovados novos planos voltados à prevenção e controle da degradação ambiental na Mata Atlântica e Pampa.Esses planos complementam as iniciativas já existentes para outros biomas brasileiros.O Deter é considerado essencial na fiscalização das alterações na cobertura vegetal tanto da Amazônia quanto do Cerrado. Embora não forneça medições exatas sobre áreas desmatadas — tarefa realizada anualmente pelo projeto Prodes — ele serve como ferramenta crucial para identificar tendências emergentes rapidamente.
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