Representantes do Hamas e de Israel retomaram negociações no Qatar para buscar um cessar-fogo na Faixa de Gaza, enquanto o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, viajou ontem (7) a Washington para se reunir com o presidente Donald Trump.
As conversas começaram no domingo (6), em Doha, mas enfrentam os mesmos impasses que há quase dois anos impedem uma trégua duradoura — especialmente sobre quem deve administrar Gaza no futuro. O conflito completa 21 meses nesta segunda-feira.
Netanyahu rejeita Hamas no comando de Gaza
Antes de embarcar, no domingo, Netanyahu reafirmou que não aceitará um acordo que mantenha o Hamas no controle do território.
“Não permitiremos uma situação que incentive mais sequestros, mais assassinatos, mais decapitações, mais invasões. Isso significa uma coisa: eliminar as capacidades militares e de governo do Hamas. O Hamas não estará lá”, declarou a jornalistas.
Trump fala em acordo “ainda nesta semana”
Apesar do impasse, Trump disse estar otimista e acredita que será possível chegar a um acordo ainda nesta semana.
“Já libertamos muitos reféns, mas no que diz respeito aos reféns que faltam, muitos deles sairão”, afirmou.
O presidente norte-americano também disse que os EUA trabalham “em muitas coisas” com Israel, incluindo um possível “acordo permanente com o Irã”, alvo de bombardeios conjuntos de Tel Aviv e Washington no mês passado.
Detalhes da proposta em negociação
Segundo autoridades palestinas ouvidas pela AFP, a proposta inclui uma trégua de 60 dias, durante a qual o Hamas libertaria dez reféns israelenses vivos e entregaria corpos de sequestrados do ataque de 7 de outubro de 2023, em troca de prisioneiros palestinos.
O Hamas exige garantias mínimas, como interrupção imediata dos combates durante as negociações e a volta do sistema de distribuição de ajuda humanitária gerido pela ONU. De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, mais de 600 palestinos já foram mortos perto dos centros de entrega de alimentos, possivelmente por disparos de soldados israelenses.
Encontro com foco no “novo Oriente Médio”
Essa é a terceira visita de Netanyahu à Casa Branca desde que Trump reassumiu a presidência em janeiro. Diferente das anteriores, desta vez não haverá declarações públicas após o jantar entre os dois líderes e suas esposas.
A expectativa no governo israelense é que a reunião trate também da normalização de laços com países como Líbano, Síria e Arábia Saudita.
“Acredito que, em primeiro lugar, o foco será em um termo que usamos com frequência, mas que agora tem um significado real: um novo Oriente Médio”, disse Avi Dichter, ministro da Agricultura de Israel e membro do gabinete de segurança, à emissora Kan.
Guerra em Gaza já deixou mais de 57 mil mortos
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, mais de 57 mil palestinos morreram desde o início do conflito. Estima-se que quase toda a população do território — mais de 2 milhões de pessoas — tenha sido deslocada, enquanto a insegurança alimentar se agravou, segundo as Nações Unidas.
(*) Com informações da Folha de S.Paulo
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