sexta-feira, outubro 24, 2025
InícioAmazonasEconomiaGrupo Americanas: 13 ex-executivos acusados de fraudes bilionárias

Grupo Americanas: 13 ex-executivos acusados de fraudes bilionárias

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, na segunda-feira (31), 13 ex-executivos do Grupo Americanas por fraudes e desvios que somam cerca de R$ 25 bilhões. As irregularidades levaram a empresa a solicitar recuperação judicial. O processo está em andamento na Justiça federal do Rio de Janeiro.

Denúncia e organização criminosa

A acusação aponta que o esquema criminoso foi liderado pelo antigo CEO Miguel gutierrez, responsável por coordenar manobras contábeis que inflaram artificialmente os lucros da companhia e manipularam os preços das ações do Grupo Americanas, Lojas Americanas e B2W na bolsa de valores.O objetivo era obter ganhos ilegítimos com a negociação desses ativos, causando prejuízos a credores e acionistas.

Além de Gutierrez, são denunciados Anna Saicali, ex-CEO da B2W e responsável pela área digital do grupo; os vice-presidentes Timotheo Barros e Marcio Cruz; além dos ex-diretores Carlos Padilha, João Guerra, Murilo Corrêa, maria Christina Nascimento, Fabien Picavet, Raoni Fabiano, Luiz Augusto saraiva Henriques, Jean Pierre Lessa e Santos Ferreira.

Papel de Miguel Gutierrez

Gutierrez trabalhou no grupo por 30 anos e esteve à frente da empresa durante duas décadas. Segundo o MPF, ele planejou as fraudes exercendo sua autoridade hierárquica sobre os demais envolvidos no esquema.

investigação policial e provas apresentadas

A Polícia Federal identificou evidências de que as fraudes ocorreram entre fevereiro de 2016 até dezembro de 2022 – período em que Gutierrez ainda comandava o grupo. Antes da divulgação pública do caso, ele se mudou para a Espanha – país onde também possui cidadania – chegou a ser preso temporariamente mas foi liberado após prestar depoimento sob medidas cautelares como entrega do passaporte.

O MPF apresentou diversas provas contra os acusados: e-mails, mensagens trocadas via WhatsApp discutindo formas para ocultar as irregularidades das auditorias internas; documentos demonstrando discrepâncias entre balanços reais e maquiados; além dos relatos detalhados em acordos de colaboração premiada firmados por três dos envolvidos no esquema.

Maquiagem contábil

Entre as práticas fraudulentas destacadas está o lançamento indevido como faturamento operações financeiras destinadas ao pagamento de fornecedores. Essa manipulação resultou em um rombo contábil revelado publicamente em janeiro de 2023 logo após uma troca no comando executivo da empresa.

Consequências para o Grupo Americanas

Após a revelação das inconsistências nos lançamentos contábeis pela nova gestão liderada por Sergio Rial – que deixou o cargo menos de dez dias depois – houve uma forte desvalorização dos ativos da companhia superior a R$ 70 bilhões devido à fuga massiva dos investidores.

Poucos dias depois desse episódio crítico foi solicitado pedido formal para recuperação judicial. Em fevereiro seguinte ao escândalo financeiro foi homologado um plano visando manter as operações abertas após rejeição inicial pelos acionistas e credores nas assembleias anteriores.

Plano homologado para recuperação

O plano reconhece dívidas superiores a R$ 50 bilhões envolvendo mais de nove mil credores. Os bancos Bradesco, BTG Pactual Itaú e Santander detêm direito sobre aproximadamente 35% desse montante totalizado também com dívida trabalhista acima dos R$ 89 milhões.

Para evitar falência iminente foram previstos aportes financeiros próprios pelos principais acionistas Jorge Paulo Lehman Carlos Alberto Sicupira Marcel Telles – totalizando R$12 bilhões – enquanto grandes bancos credores comprometeram-se injetar outros R$12 bilhões nas Americanas como capital novo.


Acompanhe as atualizações da matéria e outras reportagens relevantes no Portal Notícias do Amazonas e fique sempre bem informado com as notícias de Manaus e região!

ARTIGOS RELACIONADOS

Mais populares