quarta-feira, maio 21, 2025
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França planeja construção de presídio para traficantes e extremistas na selva amazônica

O governo francês anunciou a construção de um presídio de segurança máxima na Guiana Francesa, destinado a traficantes de drogas e condenados por radicalismo islâmico. A nova instalação será erguida em Saint-Laurent-du-Maroni, no coração da selva amazônica, e funcionará como um anexo de uma prisão maior com capacidade para 500 detentos. A previsão é que a obra seja inaugurada em 2028.

A decisão foi revelada pelo ministro da Justiça da França, Gérald Darmanin, e gerou forte reação entre os moradores e autoridades locais. Eles acusam o governo francês de impor o projeto sem diálogo prévio e transformá-los em “depósito de criminosos”. segundo Darmanin, a nova ala terá capacidade para abrigar 60 presos em regime máximo de segurança, sendo 15 vagas destinadas a indivíduos condenados por envolvimento com o radicalismo islâmico.

“Vamos retirar de circulação os perfis mais perigosos ligados ao tráfico de drogas. Essa prisão será uma salvaguarda na guerra contra o narcotráfico”, afirmou o ministro durante sua visita à região.

O investimento estimado para essa obra é de US$ 450 milhões (aproximadamente R$ 2,5 bilhões). A escolha do local remoto visa manter os líderes das redes criminosas afastados das suas bases operacionais.

Saint-Laurent-du-Maroni tem uma história marcada pela presença do Campo Penal da Guiana — uma das colônias penais mais notórias da frança que funcionou por quase cem anos. O local ficou famoso mundialmente devido ao livro “Papillon”, que foi adaptado duas vezes para o cinema. atualmente, essa cidade é estratégica por fazer fronteira com Brasil e Suriname e ser um ponto comum no tráfico internacional de cocaína rumo à Europa.

A decisão do governo francês provocou indignação entre líderes locais. Jean-Paul Fereira, presidente interino da Coletividade Territorial da Guiana Francesa, criticou a falta de consulta aos representantes regionais antes do anúncio do projeto: “Recebemos a notícia com espanto e indignação. O acordo firmado em 2017 previa uma prisão destinada à redução da superlotação local; não era intenção criar um anexo voltado para segurança máxima”.

O deputado Jean-Victor Castor também se manifestou contra a medida: “Essa decisão é um insulto à nossa história; trata-se não apenas de uma provocação política mas também um retrocesso colonial”.Ele pediu ao governo que reconsidere imediatamente esse projeto controverso.

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