Um incidente ocorrido na última sexta-feira, 6, na entrada da feira municipal de Tefé, trouxe à tona a discussão sobre a organização e fiscalização dos espaços de venda na cidade. Duas agricultoras, oriundas de uma comunidade indígena e reconhecidas por seu trabalho árduo, foram impedidas por fiscais de comercializar seus produtos, gerando revolta entre os presentes.
De acordo com relatos de uma testemunha que presenciou o episódio, as agricultoras chegaram à feira com suas frutas para vender. No entanto, ao encontrarem os boxes já ocupados, tentaram expor seus produtos na calçada próxima à entrada do local. foram abordadas por fiscais da feira que as interpelaram de maneira agressiva e exigiram que se retirassem.
A testemunha descreveu a ação dos fiscais como um “abuso de autoridade”, mencionando que há gravações do ocorrido. Segundo ela, enquanto agricultores legítimos são barrados em seu trabalho diário, a feira estaria “89% ou 90% cheia de atravessadores ocupando o espaço destinado aos verdadeiros produtores”.
Essas agricultoras acordam às 4h da manhã para preparar seus produtos e dependem do transporte até a feira para garantir sua subsistência. A testemunha ressaltou que elas precisam das vendas para sustentar suas famílias e criticou o comportamento dos funcionários: “esses trabalhadores às vezes querem humilhar as pessoas”.
A tensão no local foi amenizada pela intervenção solidária de um senhor presente no momento. Ele comprou todos os produtos das agricultoras e os distribuiu entre aqueles que estavam ali presentes, permitindo assim que elas saíssem daquela situação constrangedora.
O relato não tem como objetivo criticar diretamente a gestão municipal; ao contrário disso, busca reivindicar respeito pelos agricultores autênticos em detrimento dos atravessadores. Há um clamor por tratamento justo e equitativo para aqueles cuja sobrevivência depende da venda direta em feiras como essa.
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